A Secretária Municipal de Saúde Fabíola Moura participou do Programa Geraldo José (Transrio FM/Juazeiro AM) na tarde desta quinta-feira (12) quando resolveu assumir publicamente que a Maternidade Municipal e as demais unidades hospitalares estão superlotadas e trazendo transtornos aos serviços de saúde do município.
“Resolvemos tornar público porque algumas situações que estão ocorrendo hoje estão ultrapassando a nossa capacidade de resolução. Nós temos 78 leitos no Hospital Materno Infantil, 25 são para parte de pediatria e os demais para parte de obstetrícia e a gente vem ao longo dos anos aumentando o número de partos. Estamos tornando esta situação explícita porque com a sobrecarga não estamos tendo condições de cobrir as demandas. Mesmo sem leitos, os municípios que fazem parte da Rede PE-BA continuam enviando as gestantes para Juazeiro” expressou Fabíola Ribeiro.
“Na chegada à maternidade as pacientes são informadas sobre a superlotação e que não há leitos disponíveis para acolhê-las, mesmo assim o município realiza o atendimento e as mesmas ficam aguardando a liberação dos leitos para serem acomodadas com mais conforto. Todas as pacientes são avaliadas pelos médicos, os exames são realizados, as gestantes são assistidas pelas equipes. De janeiro a março foram realizados mais de 1.350 partos, uma média de 450 partos por mês. Só no mês de março foram 543 partos. A maternidade de Juazeiro é a única de baixo risco na região e não existe outra unidade que possa atender essas gestantes” lamentou a Secretária Municipal de Saúde.
Fabíola ainda esclareceu que a partir dessa crescente demanda a gestão municipal decidiu levar a público e comunicar aos órgãos que algo precisa ser feito porque não há capacidade física para receber todas essas parturientes. “Após conversar com o prefeito Paulo Bomfim a gente resolveu comunicar aos órgãos competentes que fazem parte da nossa rede assistencial, a exemplo do Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado da Bahia e de Pernambuco, Central de Regulação de Leitos, 8ª Gere de Pernambuco, Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa da Bahia e Pernambuco, Conselho Municipal de Saúde, Conselho Regional de Medicina e Conselho Regional de Enfermagem. Claro que isso não vai resolver o problema, mas devemos nos juntar e pensar uma solução” pontuou Fabíola.
Mesmo com toda essa problemática, a titular da pasta da saúde de Juazeiro entende que a Rede PE-BA é importante e deve ser mantida, mas com adequações. “Esse atendimento dos demais municípios em Juazeiro e Petrolina sempre aconteceu, no entanto, nos últimos tempos extrapolou a nossa capacidade de atendimento porque nós estamos com o Hospital Materno Infantil superlotado, com a Maternidade Municipal, a UPA, o Hospital Regional, o Hospital de Traumas, Hospital Dom Malan, todos nessas mesmas condições e algo precisa ser feito. A própria tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) se encontra com os valores congelados há dez anos e com essa carga compromete a resolutividade porque os próprios funcionários dessas unidades também ficam sobrecarregados. O que nós precisamos é que os demais municípios tenham as suas maternidades de baixo risco atenuando os atendimentos em Juazeiro e Petrolina” concluiu Fabíola Ribeiro.
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