Os atropelamentos de animais silvestres continuam acontecendo no Campus de Ciências Agrárias da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf). Na quarta-feira, 11, a médica veterinária Adriana Alves, do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) avistou uma fêmea de cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) morta por atropelamento no trecho próximo ao Hospital Veterinário Universitário (HVU).
Há exatos dois anos após o lançamento da Campanha pela Conscientização no Trânsito no CCA da Univasf em Petrolina, o Cemafauna relembra à comunidade acadêmica (discentes, docentes e servidores) sobre a importância de respeitar o limite de velocidade dentro do Campus que é de 40km/h. “Esse ano, por conta das chuvas, é provável que o número de animais dentro do campus aumente. A frequência desses animais fazendo a travessia entre as pistas será constante e portanto maior será o risco de atropelamentos”, disse Alves.
A veterinária ressalta ainda a importância da biodiversidade existente na fazenda onde são avistados, por exemplo, furão, cachorro-do-mato e até mesmo espécies consideradas em risco de extinção como o gato-mourisco. Pássaros, répteis e pequenos vertebrados estão entre os mais colididos.
Segundo pesquisa realizada pelo Centro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais, somente este ano já foram mais de 130 milhões de animais silvestres mortos por atropelamentos nas rodovias nacionais. O CBEE agora conta com o auxílio do aplicativo chamado “Sistema Urubu”, de acordo com o site, para reunir, sistematizar e disponibilizar informações sobre a mortalidade de fauna selvagem nas rodovias e ferrovias e tem por objetivo auxiliar o governo e as concessionárias na tomada de decisão para redução destes impactos.
“Mais uma vez, fazemos um apelo para que as pessoas que frequentam o Campus de Ciências Agrárias da Univasf respeitem as sinalizações existentes, a legislação de trânsito em vigor e valorizem a importância da vida silvestre visto que nos outros campus da Univasf entre Petrolina e Juazeiro não é possível conviver com tamanha diversidade”, lembra Alves.
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