Um estudo da Universidade de Pernambuco (UPE) com 249 pacientes no Estado com trauma na face por acidente de moto revelou a persistência de comportamentos de risco sobre duas rodas. Entre os entrevistados, o uso do capacete foi citado por 59,4% contra 40,6% que não usavam o item no momento do acidente. Mas, mesmo com capacete, a maioria dos motociclistas afirmou que utilizava o equipamento aberto sem viseira, que não oferece a proteção ideal. Outro percentual que chamou a atenção foi o da combinação álcool e direção: 37,8% declararam ter bebido antes da batida.
O levantamento foi feito entre agosto de 2016 a agosto de 2017 nos hospitais da Restauração e Agamenon Magalhães, no Recife; e no Hospital Regional do Agreste, em Caruaru. “Observamos uma tendência de que o capacete aberto provoca fraturas mais complexas, mas não podemos comprovar com certeza absoluta porque mais de 40% dos pacientes sequer usavam o equipamento. Por isso, vamos prosseguir no estudo”, comentou a cirurgiã buco-maxilo-facial, professora e orientadora da pesquisa, Gabriela Granja Porto.
A especialista destacou que o capacete aberto deixa o rosto mais exposto e suscetível a fraturas de mandíbula ou nariz, por exemplo, o que não acontece no equipamento fechado, que absorve melhor os impactos. Os traumas faciais, além do dano à estética do rosto, também podem trazer sequelas funcionais importantes, como deficiência de mastigação, obstrução crônica do nariz e visão dupla.
O estudo também revelou que a maioria das motos (89,2%) tinha potência acima de 50 cilindradas e aproximadamente a metade dos motoristas tinha habilitação (51,0%). Perguntados sobre a finalidade de uso da moto, as mais frequentes foram: trabalho (38,6%), lazer (28,1%) e trabalho/lazer (25,3%). O tempo de internação foi superior a 10 dias.
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