Os três últimos ministros do ambiente, Carlos Minc, Izabella Teixeira e Sarney Filho, já haviam compartilhado durante o Fórum Mundial das Águas, mês passado, a preocupação com possíveis mudanças no Ministério do Meio Ambiente, após vacância com saída de Sarney Filho. Os movimentos ambientalistas, no Brasil e exterior, se somaram a essa luta e defendem a continuidade da agenda que vem sendo implantada a aproximadamente 20 anos no setor e querem a efetivação do Baiano Edson Duarte no comando do Ministério do Meio Ambiente. Edson Duarte já comanda pasta desde a semana passada, como Ministro Substituto.
A preocupação do setor ambiental se dá em razão da tentativa da Bancada Ruralista, de emplacar um nome ligado ao agronegócio para o Ministério.
Durante o Fórum, no Rio de Janeiro, o ex-ministro Carlos Minc (PSB) já havia enfatizado essa necessidade: “ Em tempos de polarização e pouco diálogo, a área ambiental não se poluiu nessa fase política do país”, disse, defendendo a continuidade da agenda.
O Coordenador do Fórum Nacional de mudanças do clima, Alfredo Sirkis manifestou sua preocupação com a política climática: “Não deveria estar ligada a agenda de governos, mas na prática não se sabe o dia de amanhã, não sabemos se vai haver continuidade ou não”, expressou, preocupado com possíveis mudanças.
Para a ex-ministra Izabella Teixeira “há 20 anos a gente negociava clima pensando no futuro, hoje a gente se preocupa com política de curto prazo”, manifestou-se.
O Ministro Edson Duarte, que tem recebido manifestações de apoio, dentro e fora do Brasil, de organizações não governamentais, setor produtivo, especialistas e autoridades políticas, acredita que a continuidade do trabalho que vem sendo desenvolvido consolidará de vez a autoridade nacional perante o resto do mundo, na área ambiental: "fizemos cair o desmatamento na Amazônia e em vários biomas nacionais, criamos novas unidades de conservação como nunca antes, intensificamos o programa de revitalização de bacias, reflorestamento, povoamento do cadastro ambiental rural com quase cinco milhões de propriedades cadastradas em todo o Brasil, proteção da biodiversidade, retomada da educação ambiental, controle eletrônico da Madeira comercializada e sistemas de controle, inteligência e transparência para fortalecimento do sistema nacional do meio ambiente. Estou pronto para dar continuidade ao trabalho construído por varias mãos, consciente da responsabilidade de tocar a agenda ambiental do país com a maior floresta tropical do planeta, biodiversidade sem igual e 12% de toda água potável disponível para as populações no mundo sob a nossa responsabilidade", destacou.
Natural de Juazeiro, na Bahia, Edson Duarte tem uma vida inteira dedicada à defesa das causas ambientais.”A minha missão é construir pontes entre o setor ambiental e o setor produtivo. Essa tem sido a minha missão, inicialmente como secretário de articulação institucional, como secretário executivo e agora no comando do ministério do meio ambiente", finalizou.
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