Teu nome é resistência,
teu nome é ousadia,
teu nome é paixão.
Tua história,
escrita em preto e branco,
leva a marca do Brasil real;
teu currículo,
manchado de sangue e de graxa,
carrega a digital da resistência desafiadora,
que deita por terra a milícia perversa da economia e do judiciário.
(Os algozes aprisionam o corpo,
mas não poderão nunca aprisionar a esperança,
porque a esperança é soberana e vai aonde quer,
mesmo a contragosto dos agentes da maldade).
Por ti falarão as pedras,
por ti falará o canto dos pássaros,
por ti falará o verso indócil do poeta.
Por ti falarão os sem voz e sem nome
das vielas periféricas da urbe encardida e acinzentada;
por ti falará a voz rouca das ruas,
que haverá de erguer-se em uníssono
contra os verdugos dos amigos do povo.
Teu silêncio ecoará como um brado revolucionário,
a conclamar os roçados do Brasil para a luta redentora,
que devolverá aos filhos da terra o quinhão que lhes foi tirado.
Tua mensagem,
mais eloquente do que nunca,
percorrerá os campos de Pindorama,
como uma chama arrasadora,
a queimar as garras do dragão da maldade.
Do litoral ao sertão,
tua presença inquietante denunciará a hipocrisia nojenta
dos anfitriões da casa-grande,
acólitos do deus capital,
genocidas de sonhos e esperanças.
E quando a justiça finalmente reinar,
teus algozes enfiarão a cabeça no buraco da história,
tamanha a vergonha porque eles passarão.
José Gonçalves do Nascimento
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