Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) subiu à Tribuna do Senado, quarta-feira (28), para destacar que, pelo segundo ano consecutivo, Recife (PE) ocupa o primeiro lugar no ranking das grandes cidades com o trânsito mais lento do país. “Superando metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro”, observou. Ao constatar a escassez de investimento em mobilidade urbana tanto na capital como em todo o estado, o senador ressaltou: “o pouco que se investe, investe-se mal”.
“Neste quadro preocupante, toda a população sofre e paga um preço alto, seja o trabalhador, seja o estudante, a dona de casa, o empresário”, afirmou Fernando Bezerra, ao pontuar que, de acordo com o Índice 99 de Tempo de Viagem (ITV 99) – aplicativo de transporte urbano utilizado como termômetro dos congestionamentos – nos horários de pico (de 7h às l0h e de 17h às 20h), os percursos em Recife levam em média 77% mais tempo do que em horários de tráfego livre. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, o percentual registrado é de 69%.
“O cidadão vê o dinheiro dos impostos sendo mal aplicado em uma área tão sensível à qualidade de vida”, lamentou Fernando Bezerra. Conforme o senador, os destaques mais negativos, na capital, são o Bairro de Dois Unidos, na Zona Norte; o trecho da BR-408, nas imediações da Arena Pernambuco; a saída de Recife pela rodovia BR-232, no Curado; e áreas centrais, como os bairros da Ilha do Leite, Derby, Coelhos e Boa Vista.
FAIXA AZUL – Bezerra Coelho também destacou a polêmica criada no tráfego na Vila Mangue, zona sul da capital, onde o tempo de viagem triplicou após a implementação da Faixa Azul na Avenida Antônio de Goes (Pina). “Se houvesse uma rede semaforizada mais moderna, com controle de tráfego em tempo real, os especialistas acreditam que poderia haver um ganho imediato de 15% a 20% na fluidez do trânsito naquela região”, observou o vice-líder do governo no Senado.
PERNAMBUCO QUER MUDAR – Além dos problemas relacionados à mobilidade urbana, Fernando Bezerra Coelho ressaltou as dificuldades econômicas por que passa o estado; especialmente, quanto à geração de empregos. “A população enxerga e sente na pele que tanto Recife como Pernambuco vão ficando para trás e perdendo o dinamismo e o protagonismo regional de que desfrutávamos há alguns anos”, disse.
Na avaliação do senador, este cenário pode mudar. “Estou certo de que Pernambuco quer mudar e essa mudança vai acontecer com muito trabalho, competência e seriedade”, afirmou.
Confira, abaixo, a íntegra do pronunciamento de Fernando Bezerra:
“Venho hoje a esta tribuna para tratar de problema que aflige os cidadãos de praticamente todas as grandes cidades brasileiras mas que, no caso de Recife, assume contornos dramáticos: a mobilidade urbana.
Recife recebeu, pelo segundo ano seguido, o triste título de trânsito mais lento do País, em pesquisa realizada entre as dez maiores cidades brasileiras, superando metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o Índice 99 de Tempo de Viagem (ITV 99), aplicativo de transporte urbano utilizado como termômetro dos congestionamentos, nos horários de pico (de 7h às l0h e de 17h às 20h), os percursos na cidade levam em média 77% mais tempo do que em horários de tráfego livre. Enquanto Recife atingiu a marca de 77%, em São Paulo e no Rio de Janeiro, cidades bem maiores, o acréscimo de tempo foi de 69%.
Entre os destaques negativos estão o bairro de Dois Unidos, na Zona Norte da nossa capital, o trecho da BR-408, nas imediações da Arena Pernambuco, a saída de Recife pela rodovia BR-232, no Curado, além de áreas centrais como os bairros da Ilha do Leite, Derby, Coelhos e Boa Vista.
Ilustrativamente, sr. presidente, pode ser citado o tráfego da Via Mangue, importante saída da Zona Sul do Recife, alvo de polêmica porque os motoristas de carro viram o tempo de viagem triplicar depois da implantação da Faixa Azul na Avenida Antônio de Goes, no Pina. Se houvesse uma rede semaforizada mais moderna, com controle de tráfego em tempo real, os especialistas acreditam que poderia haver um ganho imediato de 15% a 20% na fluidez do trânsito naquela região.
Além dessa constatação da escassez de investimento em mobilidade, o pouco que se investe investe-se mal.
Nesse quadro preocupante da mobilidade urbana da capital do estado de Pernambuco, toda a população sofre e paga um preço alto, seja o trabalhador, seja o estudante, a dona de casa, o empresário. A rotina de trabalho torna-se mais cansativa com o tempo ocioso gasto em congestionamentos, saindo-se mais cedo de casa e retornando-se mais tarde, subtraindo-se horas de convívio familiar, descanso e lazer.
Gasta-se mais com combustível, aumenta a poluição. Perde-se para outras capitais na cada vez mais acirrada disputa por competitividade, pois o setor produtivo não nos deixa esquecer de que tempo é dinheiro. O cidadão vê o dinheiro dos impostos sendo mal aplicado em área tão sensível à qualidade de vida.
Seja na mobilidade urbana, seja no crescimento econômico, na geração de emprego, a população enxerga e sente na pele que tanto Recife como o estado de Pernambuco vão ficando para trás, vão perdendo o dinamismo, o protagonismo regional de que desfrutávamos, há alguns anos.
Mas quero deixar aqui uma palavra de esperança. Quero firmar minha convicção de que podemos mudar esse cenário e estou certo de que Pernambuco quer mudar. Essa mudança vai acontecer com muito trabalho, competência e seriedade.
Por isso, renovo o meu compromisso com essa empreitada.”
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.