Dois dos três ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram atingidos por quatro tiros na noite desta terça-feira (26), no Paraná.Um dos veículos, que era ocupado por jornalistas e era o último do comboio, teve duas perfurações na lataria -dos dois lados. Outro tiro atingiu de raspão um dos vidros.
O outro ônibus atingido por um tiro levava convidados e estava no meio da comitiva -onde geralmente segue o veículo do ex-presidente.A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a caravana foi "vítima de uma emboscada". O ataque ocorreu na saída da cidade de Quedas do Iguaçu, no Paraná, quando a caravana seguia para Laranjeiras do Sul.
O coordenador da caravana, Márcio Macedo, informou que ainda vai apurar detalhes do ataque, mas já disse que se algo acontecer ao ex-presidente ou a qualquer integrante da comitiva "será responsabilidade" do presidente Michel Temer, do ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, e do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).
O trecho do Paraná foi o único em que a caravana não foi escoltada por policiais militares. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, os ônibus foram acompanhados pela Polícia Militar estadual e pela Polícia Rodoviária Federal.
Gleisi disse que, após o ataque desta terça, os organizadores procuraram Jungmann pedindo reforço. Eles também registraram boletim de ocorrência. Um dos pneus do ônibus que levava os jornalistas foi ainda furado por ganchos de metal pontiagudo lançados na estrada por opositores do ex-presidente.
A caravana do petista tem sido alvo de protestos em praticamente todas as cidades pelas quais passou nos últimos dias, na região Sul. No domingo (25), em São Miguel do Oeste, Santa Catarina, manifestantes contrários ao petista receberam os ônibus com ovos e pedras -a janela da frente do ônibus em que estava Lula acabou quebrada. Mais tarde, enquanto o petista falava ao público, o palanque voltou a ser alvo de ovos.
HELICÓPTERO
A Polícia do Paraná negou, nesta terça (27), pedido da coordenação da caravana para aterrissagem de um helicóptero no campo da PM (Polícia Militar) da cidade de Quedas do Iguaçu, onde o petista participou de um evento sobre reforma agrária. A solicitação foi recusada pelo responsável pelo comando Regional da Polícia Militar do Paraná, em Cascavel, comandante Washington Lee Abe, que assumira provisoriamente a PM de Quedas do Iguaçu.
Esse é o mesmo coronel que causou polêmica ao criticar publicamente a comoção em torno no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Com a recusa do coronel, a organização da caravana teve que pedir autorização a um centro de exposições - e obteve. Mas, como as fortes chuvas impediram a decolagem do helicóptero, Lula teve que embarcar em um avião para pouso na cidade de Pato Branco, vizinha a Quedas do Iguaçu. A assessoria da PM afirmou que Lula não pousou em Quedas do Iguaçu devido ao mau tempo. Com informações da Folhapress.
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