O presidente Michel Temer (MDB) e seus principais aliados buscam desassociar a intervenção federal na área de segurança pública no Rio de Janeiro do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL). Neste domingo (18), completa 30 dias corridos da intervenção e quatro dias da morte de Marielle, assassinada com quatro tiros na cabeça, em homicídio doloso (com intenção de matar), na noite de quarta-feira (14). O crime está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio.
O Planalto avalia que o crime premeditado contra a vereadora aconteceria independentemente da intervenção federal. Segundo apoiadores de Temer, não se pode relacionar as duas questões de forma direta. De acordo com a reportagem do UOL, assessores também reconhecem que a intervenção atrapalha as atividades de milícias com policiais corruptos e demais organizações criminosas, que podem ter enxergado uma maneira de retaliar o governo com um crime violento contra pessoa pública com a qual já tinham divergências.
O Planalto tem tentado separar os fatos e intensificar a necessidade da intervenção no Rio. Um assessor de Temer revelou não há intenção de recuar da presença das Forças Armadas no Estado. Ainda segundo a publicação, o governo pretende reforçar os trabalhos da intervenção para demonstrar força e poder, além de evitar uma desmoralização.
Em entrevistas, ministros e auxiliares do governo reforçaram a impossibilidade de se relacionar o crime com a intervenção. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou "não tem nada a ver uma coisa com a outra" e disse ser o papel da oposição contestar o governo. Já o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou "imbecil é quem imaginou que em 30 dias nós teríamos solucionado a questão da violência no Rio de Janeiro. Essa nunca foi a nossa pretensão, nós temos um trabalho de longo curso, ele será realizado".
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