Exposição “Garimpam-se: Espaços Contemporâneos” retrata cotidiano do garimpo

Em maio deste ano, cerca de um mês depois de descobrirem uma jazida de ametistas na Serra da Quixaba, localizada no município de Sento Sé (BA), Jason Ribeiro, estudante de Artes Visuais da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), foi ao local com seu pai e seus irmãos, que tentavam a sorte no garimpo. Por dois dias, ele os acompanhou e fotografou o cotidiano, as pessoas e o cenário e são estes momentos capturados por suas lentes que compõem a exposição “Garimpam-se: Espaços Contemporâneos”. Organizada pela Diretoria de Arte, Cultura e Ações Comunitárias (DACC) da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), a mostra ficará em cartaz no Hall da Reitoria da Univasf, no Campus Sede, em Petrolina (PE), até 29 de setembro. A visitação é gratuita e pode ser feita das 8h às 18h.

O acervo contém ao todo 30 fotografias e oito desenhos, que mostram um recorte real sobre o garimpo, com o comércio e uma espécie de vila que se estabeleceram próximos ao local, além da interação dos garimpeiros, das condições em que vivem e como trabalham, sob um sol escaldante e condições mínimas de higiene e conforto. As fotografias, feitas com uma câmera Canon t5, tiveram como intuito capturar momentos e detalhes dos personagens, que vieram de vários lugares do Brasil. Todas estas pessoas que tentam a sorte no garimpo têm gerado uma efervescência que vem mudando a estrutura política, econômica, ambiental e social da região. A exposição é itinerante e percorrerá todos os campi da Univasf. O calendário de apresentações em cada campus será divulgado posteriormente. 

Jason Ribeiro tem 28 anos e nasceu em Pindobaçu, município baiano. Veio para Juazeiro em 2009, e em 2012 começou a cursar Artes Visuais na Univasf, no intuito de aprimorar a sua técnica no desenho. Neste período, conheceu a fotografia e hoje trabalha com diversas técnicas, como fotografia, desenho, pintura, escultura e gravura, se inspirando sempre na diversidade da região em que vive, o bioma Caatinga, com suas características, manifestações culturais e paisagens.

Para ele, que tem pai garimpeiro e viu os irmãos seguirem o mesmo caminho, a exposição é uma forma de retratar o trabalho pesado e a dinâmica que se estabeleceu depois da descoberta das pedras preciosas. “Eu não quis fazer um trabalho fotojornalístico, quis retratar momentos que quando vistos lá podem não parecer bonitos, mas quando congelados em fotografias mostram a singularidade da paisagem, das pessoas e do movimento que está acontecendo no garimpo, tão próximo, mas que tão pouca gente conhece”, afirma Ribeiro.

Ascom Univasf