Estudantes da UNIVASF realizam protesto nesta quarta-feira (19)

O Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf, Universidade Federal do Vale do São Francisco, realiza nesta quarta-feira (19), a partir das 11 horas, na reitoria da Univasf, um ato de protesto contra as informações veiculadas em rede nacional dos gastos feitos pelo reitor pro tempore da instituição, Paulo César Fagundes Neves.

O objetivo do protesto, segundos os estudantes é o atual reitor temporário fazer a entrega da prestação de contas “dos altos gastos do com viagens”.

No último dia 14, através de nota os discentes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), expressaram a visão referente ao “Top 10 dos servidores que mais gastaram com viagens nacionais”.

"Enquanto DAs, CAs e DCE, repudiamos gastos exorbitantes com dinheiro público, tendo em vista a carência de investimentos e melhorias em vários âmbitos nos 7 campi que a UNIVASF possui; déficit este que foi agravado com a pandemia do COVID-19", disse a nota.

Ainda segundo a nota dos estudantes "enquanto o reitor gasta esse valor exorbitante em viagens, existem diversas problemáticas que precisam de atenção dentro da universidade". 

Confira notas na integra da reitoria e do DCE Univasf

NOTA REITOR TEMPORÁRIO UNIVASF: Nos referimos à reportagem exibida no jornal GR2 da Tv Grande Rio de hoje, 14 de janeiro de 2022 informando, com base em reportagem da jornalista Rosana Hessel publicada pelo Correio Brasiliense de mesma data, que nosso nome aparece como o servidor vinculado ao Ministério da Educação que mais gastou com deslocamento doméstico em 2021.

Esclarecemos que todas as despesas com passagens e diárias são regulamentadas por Lei e são destinadas à cobertura de custos com passagens, hospedagem e alimentação de servidores que se deslocam a serviço da administração. Elas são imprescindíveis para que a universidade possa se manter articulada e conectada, política e administrativamente, com setores da administração federal e prospectando recursos extraorçamentários principalmente para financiar investimento em infraestrutura sem os quais os efeitos do nosso sub-financiamento, histórico, se fariam sentir ainda mais nas nossas condições de funcionamento.

Em 2022 destacamos, dentre outros, a viabilização de recursos extraorçamentários junto ao Ministério da Saúde, Ministério do Desenvolvimento Regional, Ministério da Agricultura, Ministério da Mulher, CODEVASF, Emenda Parlamentar, Governo do Estado da Bahia e Governo de Estado de Pernambuco.

Nossa atuação como Reitor da Univasf junto a ministérios, bancadas federais e governos estaduais, possibilitou recursos extraorçamentários que contabilizam mais de seis milhões de reais que foram ou estão sendo aplicados na mitigação dos nossos gargalos de financiamento com recursos próprios. Viabilizamos a pavimentação do Campus de Paulo Afonso, financiamento de curso de pós-graduação lato sensu, aquisição de equipamentos, instalação de poços artesianos nos campi para obtenção de água bruta, dentre outros.

Finalmente destacamos o empenho e esforço do nosso corpo de servidores que tem se desdobrado para cumprir, a tempo, os procedimentos administrativos e jurídicos para que efetivamente possamos manter a Univasf fortalecida para continuar dando conta da sua missão institucional no território do Sertão do São Francisco e no semiárido nordestino. Petrolina, PE, 14 de janeiro de 2022.

NOTA DCE Nota de repúdio DCE

Nós, enquanto discentes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), viemos, por meio desta, expressar nossa visão referente ao “Top 10 dos servidores que mais gastaram com viagens nacionais”.

Enquanto DAs, CAs e DCE, repudiamos gastos exorbitantes com dinheiro público, tendo em vista a carência de investimentos e melhorias em vários âmbitos nos 7 campi que a UNIVASF possui; déficit este que foi agravado com a pandemia do COVID-19.

Perante tantas notícias de cortes no Ministério da Educação, ameaças de extinção das universidades públicas, a UNIVASF não tem oferecido recursos suficientes para fornecer uma estrutura que garanta o retorno seguro das aulas presenciais aos cursos que necessitam de uma educação de nível superior de qualidade. O reitor gastou R$150.150,76 em viagens, sendo exemplo de um mal uso do cargo que ocupa, um desrespeito com a comunidade acadêmica.

Enquanto o reitor gasta esse valor exorbitante em viagens, existem diversas problemáticas que precisam de atenção dentro da universidade. O teto do prédio da biblioteca do CCA está caindo e, recentemente, um prédio do CCA foi interditado devido às fortes chuvas na região, como também a estrutura do Hospital Veterinário Universitário, que está em decadência, impossibilitando aulas práticas e impedindo que muitos discentes terminem a graduação.

Apesar da falta de esforços da reitoria, alguns cursos retornaram com práticas presenciais e, assim, os estudantes precisam se locomover até a instituição, mas os ônibus da universidade reduziram as rotas mesmo com as necessidades aparecendo, bem como, sem condições básicas de higiene como prevenção à COVID-19, pois estamos em falta de papel higiênico, papel toalha, sabão e álcool 70%, por exemplo.

Além disso, a reitoria sempre alega que o retorno das aulas presenciais é inviável por questões financeiras que inviabilizam a aplicação do protocolo de segurança. Assim, esse retorno vem sendo adiado há mais de um ano. Não bastasse, as bolsas e auxílios que ajudam na permanência dos estudantes dentro da universidade, que se fez ainda mais necessária nesse período de pandemia no qual alguns estudantes passaram a ocupar situações de vulnerabilidade social, estão constantemente atrasadas; dentre outros problemas que os discentes enfrentam no cotidiano.

Diante do exposto, gostaríamos que a gestão da nossa universidade fosse tratada com seriedade pelo reitor pro tempore e, como estudantes, estaremos sempre aqui, atentos e lutando para fortalecer o ensino público superior.

Redação redeGN Foto Ilustrativa arquivo