Artigo: A fotografia que vale mais que mil palavras

"Uma imagem vale mais que mil palavras" é uma expressão de autoria do filósofo chinês Confúcio, utilizada para transmitir a ideia do poder da comunicação através das imagens.

O significado deste ditado está relacionado com a facilidade em compreender determinada situação a partir do uso de recursos visuais, ou a facilidade de explicar algo com imagens, ao invés de palavras (sejam escritas ou faladas).

O pensador político e filósofo Confúcio (Chiu Kung era seu verdadeiro nome) viveu entre 552 e 479 a.C, e ficou conhecido como o Mestre Kung, devido aos seus sábios provérbios.

Já dizia o poeta: "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia". Na certeza dessa premissa, a possibilidade de revisitar um presente e futuro feliz é sempre uma experiência prazerosa. E a fotografia tem esse poder. Ao olhar para uma foto, riquezas de detalhes são observadas e, na nossa mente, uma cena é reconstruída.

Momentos históricos de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga em tempos de recursos digitais, facilidades de armazenamento estão ao alcance de um clique. Agora a internet, tempos digitais oferece um acervo de milhares de fotos com uma riqueza de detalhes impressionante.

A fotografia continua sendo a única forma de eternizar algo que é importante, seja esse algo um lugar, um objeto, um momento especial ou até mesmo pessoas especiais. A fotografia é um importante instrumento para gravar momentos sobre a história da humanidade.

O significado da palavra fotografia no grego quer dizer "escrita da luz". Fotografar não é apenas um clique, é a inspiração, é a arte, é a paixão de quem eterniza momentos!

A bióloga Ana Vartan Ribeiro de Alencar Ulisses, "nascida e criada os dentes" em Exu, Pernambuco, fez um clique que é pura arte durante as festividades dos 109 anos de Luiz Gonzaga, no Parque ASA BRANCA, neste ano de 2021.

A foto acima é um registro que reflete a Luz da esperança em um futuro de cultura e conhecimento.

"Sempre gostei muito do movimento que as Festas do Gonzagão proporcionavam na cidade,  a casa sempre cheia com os parentes (amigos de seu Luiz como tio Egídio  que recebia Luiz Gonzaga em sua casa lá Salvador BA) que vinham de fora, mas foi na escola que de uma professora chamada Joana Darck através de um trabalho que ela passou que despertou o interesse propriamente dita por seu Luiz. Comecei a conversar com pessoas que conheciam a história dele e só foi aumentando a admiração", conta Ana Vartan.

"Hoje faço parte da ONG Parque Aza Branca , sou biólogo de formação, acredito muito no Turismo rural de base comunitária aqui na cidade para fortalecer ainda mais os movimentos culturais/turísticos/ambietais que vez ou outra dão uma enfraquecida  principalmente na pandemia que estamos passando e pensando em tudo que vem acontecendo quando vi a criança passando por mim com a sanfona , a chinela e o chapéu de couro foi como um sinal divino dizendo: acredite ! O legado de seu Luiz Gonzaga é  forte e vai semear esse chão por muitos e muitos anos", revela Ana.

"Fiquei tão emocionada ao ver a cena que quase não saia a foto. Um criança linda que encheu-me os olhos de esperança por dias melhores", finalizou Ana Vartan.

O professor doutor em Ciência da Literatura, Aderaldo Luciano, pronunciou que Luiz Gonzaga é fotografia visionária, o "Nordeste continuaria existindo caso Luiz Gonzaga não tivesse aterrissado por lá há cem anos. Teria a mesma paisagem, os mesmos problemas. Seria o mesmo complexo de gentes e regiões. Comportaria os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões. Mas faltaria muito para adornar-lhe a alma. Sem Luiz Gonzaga quase seríamos sonâmbulos.

Luiz Gonzaga, mais que ninguém, brindou-nos com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. A isso resolveu chamar de BAIÃO.

Luiz Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

O olhar de Gonzaga furou o ventre de todas as coisas e seres, escaneou suas vísceras, revirou seus mistérios, escrutinou suas entranhas. A mão do homem deslizou pelas teclas sensíveis da concertina, seus dedos pressionaram os pinos, procurando os sons baixos e harmônicos. Os pés do homem organizavam o primeiro passo, sentindo o caminho, testando o equilíbrio. A cabeça erguida, o queixo pra frente, a barriga desforrada e o pulmão vertendo cem mil libras de oxigênio, vibrando as cordas vocais: era Lua nascendo.

O peito de Gonzaga abrigava o canto dolente e retotono dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali buscando eternidade. Viva Luiz Gonzaga do Nascimento, sempre na mira de nossos corações.

Ney Vital-Jornalista