Doleiros e operadores financeiros de grupo que movimentou R$ 250 milhões são alvos de operação da PF

Deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (22), a segunda fase da Operação Amphis investiga um esquema criminoso de evasão de divisas, manutenção de instituição financeira clandestina, lavagem de dinheiro e organização criminosa com atuação em Pernambuco, outros estados brasileiros e nos Estados Unidos.

Somente no Brasil, o grupo movimentou mais de R$ 250 milhões nos últimos dez anos, de acordo com a PF. Nesta quarta-feira, 40 policiais federais cumprem nove mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, como sedes de empresas e residências.

A Justiça Federal no Recife ainda decretou sequestro de quatro apartamentos localizados no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR), além do bloqueio de contas de empresas.

"Os alvos das medidas de busca e apreensão cumpridas nesta quarta-feira são operadores financeiros que atuam no Brasil e/ou nos Estados Unidos, que auxiliavam esses doleiros nas respectivas atividades criminosas, principalmente realizando transações bancárias de interesse dos mesmos", informou a PF, por meio de nota oficial.

A polícia também apura uma possível sociedade desses doleiros com empresários pernambucanos atuantes na área de factoring - operação financeira na qual uma empresa vende seus direitos creditórios, que seriam pagos a prazo, através de títulos a um terceiro, que compra estes à vista, mas com um desconto.

Os alvos das medidas de sequestro de bens formam um casal de doleiros que possuiu casas de câmbio no Recife e em Porto de Galinhas, Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, e tem negócios semelhantes no estado da Flórida, nos Estados Unidos.,

De acordo com a PF, os doleiros repassavam remessas de valores do Brasil para o país norte-americano e vice-versa.  

"Apesar de possuírem autorização para realizar algumas operações de câmbio, os investigados muitas vezes se utilizavam de sistema paralelo de remessas clandestinas, através de contas abertas em nome de laranjas e/ou empresas fantasmas, além de operadores financeiros com os quais se associaram, no Brasil e no exterior", acrescentou a PF.

Folha Pernambuco