Bolsa Família foi grande sustentáculo [do PT] nas eleições e o plano do educador Paulo Freire falhou, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse reconhecer ontem terça-feira (27) a influência eleitoral que programas de assistência social têm no Brasil. Em entrevista à Rede Nordeste de rádio, o presidente disse que o Bolsa Família dá suporte às intenções de voto para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Ele Lula juntou uma série de programas e num novo nome criou o Bolsa Família. Então o povo necessitado foi grato aí no tocante a isso. Acredito que o Bolsa Família foi o grande sustentáculo por ocasião das eleições", disse o presidente.

Junto com a equipe econômica, Bolsonaro disse que estuda ampliar o benefício pago pelo programa em cerca de 60%, de R$ 190 em média para o mínimo de R$ 300 a partir de dezembro de 2021, às vésperas do período eleitoral no próximo ano. Segundo informou, a ampliação do valor do programa atenderá cerca de 22 milhões de pessoas.
"Eu perdi em todos os Estados do Nordeste", relata Bolsonaro sobre o resultado das eleições de 2018. "No Norte, perdi apenas no Pará e nos demais eu ganhei. E a diferença foi apertada. Ou seja, levo de goleada no Nordeste", concluiu Bolsonaro sobre o reduto petista.

Apesar das críticas a Lula, o presidente defendeu a escolha do senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-aliado do petista, para a Casa Civil do Governo. Segundo o presidente, "as pessoas mudam". "Ciro está feliz. Ele disse para mim que o sonho da vida dele é ocupar um ministério como esse", afirmou.

Na entrevista, Bolsonaro também reforçou discursos de campanha como as críticas ao educador Paulo Freire e a casais homossexuais. " A política do Paulo Freire deixou nossas crianças menos instruídas. Tem uma prova chama Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Em 65 países, somos o antepenúltimo. Atrás de quase todos os países da América do Sul. Hoje em dia, um garoto tem problemas com a tabuada, a fórmula da água. As escolas foram utilizadas pela esquerda como local de doutrinação. Você não vê um presidente da República hoje em dia assistindo dois homens se beijando. Se dois homens quiserem se beijar, que fiquem à vontade entre quatro paredes na sua intimidade, mas em público? Não se vê mais isso", emendou.

Blog Magno Martins