Neste domingo (11) volume útil da Barragem de Sobradinho atinge 55% de sua capacidade

Depois de registrar a maior cheia dos últimos sete anos, no final do ano de 2020, a situação do Rio São Francisco está baixando de novo e já preocupa os ribeirinhos. É que a vazão reduzida compromete o desenvolvimento dos peixes, o abastecimento de água e aumenta a poluição.

Durante a extensão do rio é possível ver muitas pedras e pouca água. Cenário que mostra um dos rios mais importantes do país, agonizando de novo.

No próximo domingo (11), de acordo com dados da Chesf, o volume útil da Barragem de Sobradinho atinge 55% de sua capacidade. A vazão de  afluência (água que está chegando ao reservatório) é de 530 metros cúbicos por segundo. Já a defluência (água que sai) é de mil metros cúbicos por segundo. 

Essa semana ganhou repercussão nacional, a reportagem mostrando que a redução de vazão no Rio São Francisco está prejudicando o ecossistema e a economia  das cidades banhadas pelo Velho Chico. O motivo é que a situação crítica dos reservatórios do Sul e Sudeste por causa da seca fez com que a vazão do Velho Chico diminuísse para priorizar produção da energia.

Pescadores estão preocupados. “É que esse rio dentro em breve, ele não possa ser mais navegável, a gente não possa mais captar água, a gente não possa mais pescar. A pescaria hoje já é muito difícil. E só pensando na geração de energia, esse futuro que nós acharmos tão distante, ele cada dia mais fica tão próximo", lamentou o pescador Messias dos Santos.

Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, a vazão reduzida para priorizar a geração de energia compromete todo o ecossistema.

A qualidade da água piora a cada redução de vazão. Essa situação foi comprovada por coletas e análises da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

“A situação interfere no abastecimento, na reprodução das espécies, na intrusão salina que avança em direção ao continente, no abastecimento das cidades, porque gera uma qualidade de água pior, ruim, e se gasta muito mais para tratá-la”, disse o pesquisador da Ufal Emerson Soares.

Redação redeGN Foto Ney Vital