Coube a Fernando Bezerra apresentar mais uma versão do Governo para denúncias de irregularidades na compra da Covaxin

Coube ao líder de Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho, a missão de apresentar, nesta terça-feira (29), a terceira versão do Governo para tentar livrar o presidente da acusação de prevaricação por irregularidades em contrato de compra da vacina Covaxin, que vem sendo alvo de debates e investigações na CPI da pandemia e outros orgãos de fiscalização.

A primeira versão do Palácio do Planalto foi desqualificar o servidor do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, e seu irmão, o deputado Luiz Miranda, que afirmaram ter avisado o presidente de que havia suspeição de corrupção em contratos de compra de vacinas no ministério, com adulteração em documento que previa o pagamento antecipado de US$ 45 milhões para uma empresa sediada em um paraíso fiscal. 

O Ministro Onyx Lorenzoni foi o encarregado de desqualificar os denunciantes e dizer, em coletiva, que os documentos haviam sido fraudados, versão que caiu por terra quando ficou provado que os documentos estavam no sistema e que não havia fraude.

A partir daí a versão mudou e a informação apresentada era de que o presidente Jair Bolsonaro havia encaminhado as denúncias dos irmão Miranda para serem checadas pelo então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que caiu 3 dias após as providencias anunciadas, o que deixou o governo mais uma vez em situação de fragilidade.

Nesta terça-feira (29) coube a Fernando Bezerra Coelho, líder do Governo no Senado, anunciar a mais nova versão: depois que Bolsonaro recebeu as denúncias dos irmãos Miranda, passou a incumbência da apuração para Pazuello, que por sua vez, repassou para o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, que teria feito uma “checagem criteriosa” e não teria encontrado nenhuma irregularidade. Um detalhe:  o Élcio também ficou apenas dias após essa incubencia, já que caiu poucos dias depois de Pazuello.

Para os opositores a versão apresentada por Bezerra é apenas uma tentativa de tentar livrar Bolsonaro do crime de prevaricação, por omissão, já que “o caminho legal para apurar as acusações dos irmãos Miranda, não seria repassar as informações para o Ministério da Saúde, alvo da investigação, mas para a Polícia Federal”, disse Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice presidente da CPI do Senado.

Em que pese ser apenas suplente na CPI, o senador Bezerra tem feito grande esforço para tentar tirar das costas de Bolsonaro, acusações que vão de prevaricação, omissão no combate a pandemia e  responsabilização pelas milhares de mortes por Covid-19 no Brasil.

Mais tarde o próprio governo anunciou a suspensão da compra da vacina citada até que as apurações sejam concluidas.

Da redação redeGN