Esperanças: nascem dois filhotes da Ararinha Azul em cativeiro

No meio inúmeras notícias tristes uma veio provocar esperanças. No último sábado, dia 11 de abril nasceu o primeiro filhote de ararinha-azul na Caatinga, de um casal jovem no Centro de Reprodução da ACTP, no Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha Azul. Segundo informações, a Ararinha Azul foi deixada com  os pais, que ainda inexperientes, não conseguiram criá-lo. O segundo filhote deste casal nasceu na segunda-feira, no dia 13 de abril e está sendo criado na mão. O par fez postura de 4 ovos, sendo 2 deles férteis.

"O nascimento de ararinhas-azuis não era registrado na região há mais de 30 anos. Ainda em cativeiro, esta ararinha integrará um grupo de soltura em breve", segundo informações postadas e  cedidas pela ACTP. A foto é de Cromwell Purchase.

De acordo com o site do ICMIBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a ararinha-azul é considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do mundo. Endêmica de uma pequena região no semiárido, o último indivíduo selvagem desapareceu da Caatinga baiana em outubro de 2000, o que levou a espécie a ser classificada como Criticamente em Perigo (CR), possivelmente Extinta na Natureza (EW). Desde 2000, os poucos exemplares que restaram em coleções particulares vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro. A espécie foi descoberta no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix.

A reintrodução das ararinhas-azuis no seu bioma de origem é um processo previsto pelo Plano de Ação Nacional (PAN) da Ararinha-Azul em conjunto com organizações internacionais que detinham grande parte das aves em cativeiro. No primeiro ciclo do PAN, dentre outros resultados, o principal foi a multiplicação de animais em cativeiro para aumentar a variabilidade genéticas das aves. Agora, no segundo ciclo, o objetivo esperado é realizar a soltura de algumas ararinhas-azuis com as maracanãs.

As ações de conservação, previstas no PAN, culminaram na criação de duas Unidades de Conservação (UCs) em 2018: Refúgio de Vida Silvestre e a Área de Proteção Ambiental – APA da Ararinha Azul. O objetivo de criação das unidades de conservação é uma estratégia de proteção das amostras do bioma Caatinga, especialmente os fragmentos florestais de mata ciliar e de savana estépica relevantes para o ciclo de vida da ararinha-azul.

Redação redeGN Foto Cromwell Purchase.-Instagram