Estudantes de 22 anos que combatem fakenews sofrem represálias após divulgarem identidade

Os fundadores do Sleeping Giants Brasil, página que tem derrubado a monetização de sites que propagam fake news e discursos de ódio pela internet, revelaram que estão sofrendo ameaças nas redes sociais.

Leonardo de Carvalho Leal e Mayara Stelle, ambos estudantes de direito de 22 anos, que operavam anonimamente, revelaram suas identidades em uma reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo neste final de semana.

Um perfil chegou a publicar no Twitter que o “Sleeping comunistas devem morrer!!!!”. “É triste isso, de não acharem que pessoas normais possam fazer algo legal”, disse Mayara à colunista Mônica Bergamo, da Folha, que informou ainda que o casal deve passar até 60 dias no local onde estão agora, até que considerem seguro voltar à sua cidade natal.

Em operação há 7 meses, o projeto publica, no Twitter ou Instagram, alertas a empresas sobre anúncios em sites que propagam conteúdos com desinformação ou discurso de ódio. Eles calculam ter retirado de 3 sites de notícias e 2 canais o equivalente a R$ 1,5 milhão em anúncios. Segundo eles, 700 empresas já seguiram seus alertas e retiraram os anúncios de sites duvidosos. O perfil é assessorado gratuitamente pelo Rede Liberdade, grupo de advogados e jornalistas que atua em casos de violação de direitos e liberdade de expressão.