Rio São Francisco: III Expedição Científica será concluída na próxima quinta (10)

O desafio de fazer ciência e qualidade ambiental em tempo de pandemia, é o tema da 3ª Expedição Científica que teve início no início deste mês reunindo 50 pesquisadores, além de doze pessoas na equipe de apoio para o desenvolvimento de estudos em 25 áreas diversificadas, a exemplo de pesca, poluentes, limnologia, microbiologia, ictiofauna, hidrologia, arqueologia subaquática, turismo de base comunitária, socieconomia, tratamento de água, saúde coletiva e bucal. 

A expedição teve como ponto de partida a cidade ribeirinha Penedo, Alagoas e percorrerá nove municípios localizados na região do Baixo São Francisco. O prazo para o encerramento da expedição é 10 de dezembro.

O evento científico é coordenado pelo professor Emerson Soares, do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas. Conforme a programação, na abertura da expedição foi lançado o livro O Baixo São Francisco - Características Ambientais e Sociais, que além de Emerson tem como editores os professores José Vieira e Rafael Navas. A obra, editada pela Editora da Ufal (Edufal) recebeu patrocínio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e conta com mais de 50 autores.

Soares informa que além de ser dotado de informações atuais sobre a região pesquisada e a jornada científica das últimas expedições em mais de 20 áreas de pesquisa, o livro indica as condições do Velho Chico com medidas propostas para melhoria ambiental do Baixo São Francisco. O lançamento contará com a participação do reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, assim como o superintendente da Codevasf, Ricardo Lisboa, e, também poderá contar com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes [ainda não confirmada].

O coordenador destaca que a expedição para a realização do trabalho científico conta com duas embarcações-laboratórios de grande porte e seis lanchas de apoio ao deslocamento das equipes em coleta. Também terá quatro veículos para apoio em terra.

Sobre os cuidados com a equipe em relação à pandemia da covid-19, Soares informa: “Todos os pesquisadores e tripulantes farão exame de covid-19, cuja ação, além de contar com o apoio da Ufal tem a participação da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Respeitando os protocolos de cuidados, serão disponibilizados para a equipe hipoclorito de sódio e álcool 70%, máscaras e macacões biológicos para as atividades científicas no barco e nos municípios alvos da expedição”.

Mesmo seguindo os protocolos de proteção à covid-19, Soares aproveita para destacar os desafios a serem enfrentados, este ano, para a execução de atividades que estão entre os objetivos da expedição: “O maior desafio é consolidar as ações que lidam com o público, como educação ambiental e saúde coletiva, pois estes trabalhos devem levar em conta o distanciamento social e evitar aglomerações. Este ano não haverá visitação à embarcação-laboratório e dentro do barco, mesmo a equipe estando junta, será mantido distanciamento de um metro, além de veículo de apoio para qualquer problema de saúde”.

ATIVIDADES: Ao dizer que a expedição é uma das maiores ações científicas já realizadas em águas interiores brasileiras, Soares acrescenta que também consta da programação científica a soltura no rio de cem mil alevinos de peixes em áreas demarcadas como prioritárias e abrigadas. A importância da ação, segundo o pesquisador, é repovoar o Rio São Francisco com espécies nativas que têm diminuído ao longo dos anos devido aos graves problemas ambientais e pesca excessiva.

Também integram a programação, a distribuição de cinco mil kits de saúde bucal da Colgate e doação de dois computadores para duas escolas rurais ribeirinhas dos municípios alagoanos de Igreja Nova e Traipu. Conectada com a luta pela defesa do Velho Chico, a expedição também distribuirá kits de bonés e camisetas do Movimento Vire Carranca, liderado pelo Comitê Hidrográfico da Bacia do Rio São Francisco (CHBSF).

Sobre a abrangente atuação científica da Expedição em consonância com as demandas ambientais e sociais, Emerson Soares reforça: “A expedição já se consolidou como maior evento científico no São Francisco. Reúne várias áreas do conhecimento, tem o objetivo de transformar a realidade local em melhores políticas públicas, por meio da valorização do meio ambiente e consciência ambiental. Também do ecoturismo, de formar uma nova geração que defenda à causa ambiental e de conseguir montar um programa permanente de biomonitoramento e, ainda, apresentar ações mais efetivas para resolução dos problemas que afligem comunidades ribeirinhas e os organismos aquáticos”.

A 3ª Expedição Científica no Baixo São Francisco conta com o financiamento da Ufal, do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), do Comitê do São Francisco, Codevasf e Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) do Estado de Alagoas. Além da Ufal, Semarh, Codevasf e Comitê do São Francisco, também estão como participantes e executores a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-Pecuária (Embrapa, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e o Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater -AL).

Também são participantes e executores, as Universidades Federais da Paraíba (UFPB), de Rondônia (UNIR), Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Estadual do Ceará (UECE), Institutos Federais de Alagoas (Ifal) e do Ceará (IFCE).

Redação redeGN Foto Divulgação