Filhas de militar Sylvia Rafaella, assassinada pelo ex-marido PM em Ibotirama, foram tiradas de casa por pessoa que ouviu tiros, diz delegado

As duas filhas da policial militar Sylvia Rafaella Gonçalves Pereira, de 38 anos, que estavam em casa com a mãe quando ela foi morta pelo ex-marido, foram resgatadas do imóvel por uma pessoa que ouviu os tiros. O caso aconteceu em Ibotirama, oeste da Bahia, na tarde de segunda-feira (5).

As informações foram confirmadas nesta terça (6) pelo delegado que investiga o caso, Genivaldo Rodrigues. A identidade dessa pessoa não foi divulgada para preservar as investigações. A polícia investiga se as crianças estavam no mesmo cômodo em que a mãe foi assassinada a tiros.

Segundo o delegado, a mais nova das meninas, que tem idade entre 3 e 4 anos, é filha do casal. A mais velha, que tem entre 11 e 12 anos, era enteada de Edson Salvador Ferreira de Carvalho, 33, que também era PM - ele cometeu suicídio após assassinar Sylvia Rafaella.

As duas crianças estão com os avós maternos. Testemunhas vão começar a prestar depoimentos a partir desta tarde e, segundo o delegado, a filha mais velha da vítima também poderá ser ouvida.

Sylvia Rafaella tinha uma medida protetiva contra o Edson - em julho deste ano, ele foi preso em flagrante por agredir a PM.

O casal estava separado, e o delegado não descarta a possibilidade de a vítima ter sido morta porque o policial não aceitava o fim do relacionamento.

Ainda segundo Genivaldo Rodrigues, as investigações apontam que ele estaria se reaproximando de Sylvia Rafaella por causa da guarda da filha.

A polícia encontrou a moto de Edson Salvador na garagem da casa de Sylvia Rafaella, o que pode indicar que ela o deixou entrar na residência. Em julho deste ano, Edson já havia sido preso em flagrante por agredir Sylvia Rafaella, que tinha uma medida protetiva contra ele.

O corpo de Sylvia Rafaella foi velado nesta manhã em Bom Jesus da Lapa, que fica a cerca de 305 km de Ibotirama, onde o crime aconteceu.

Sylvia Rafaella usava as redes sociais para falar sobre a rotina de policial militar e compartilhava dicas de estudo para passar em concursos públicos. Até a tarde de segunda-feira (5), sua conta no Instagram tinha mais de 67 mil seguidores. Depois da repercussão da morte, o número saltou para quase 83 mil.

A agente se declarava apaixonada pela profissão e encorajava outras mulheres a também seguirem carreira militar. Sylvia Rafaella trabalhava na 28ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).

Moradores de Ibotirama e policiais militares colegas da vítima prestaram homenagens. O grupo se reuniu em vigília na frente da 28ª CIPM. Por meio de nota, a PM informou que lamenta profundamente o ocorrido, que está apurando as circunstâncias do fato e dando apoio aos familiares.

G1 Bahia Foto Reprodução TV Bahia