O que levou Bolsonaro a manter Mandetta, após sinalizar sua demissão?

O presidente da república Jair Bolsonaro voltou atrás na sua decisão de demitir Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde, após ouvir vozes contrárias vindas de sua própria base e de outros segmentos, a exemplo do Senado Federal, Câmara dos Deputado e Supremo Tribunal Federal. 

Os generais Braga Netto, Luiz Ramos, Fernando Azevedo e Silva e o almirante Flávio Rocha fecharam posição contra a demissão de Luiz Henrique Mandetta e aconselharam Jair Bolsonaro a reconsiderar sua decisão em razão de uma série de consequências negativas, dentre elas a possibilidade do Congresso nacional acatar um pedido de impeachment.

A movimentação de hoje deixou muito escancarado o isolamento do presidente Bolsonaro, em relação aos poderes e dentro da sua própria base.

De acordo com informações, na reunião desta tarde, os militares deixaram Mandetta defender-se das acusações de radicalismo na defesa da tese do isolamento, contrariando posição de Bolsonaro, e minimizaram as queixas dos setores da economia que estão sofrendo mais com as restrições.

Durante a reunião o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, chegou a ligar para o Ministro Braga Netto para alertar que a demissão de Mandetta não seria bem recebida pelo legislativo, o que deixou os generais preocupados. A bancada da Saúde no Congresso também manifestou unânime apoio ao ministro, assim como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O presidente Jair Bolsonaro, ao deixar a reunião, no Palácio do Planalto, chegou a parar para cumprimentar alguns presentes que costumam se aglomerar alí, mas não quis falar à imprensa e deixou o local sem tratar do tema que movimentou a cena política e de saúde durante todo o dia de hoje.

Da redação redeGN