Prefeitos de Juazeiro e Petrolina ignoram fala de Bolsonaro e seguem com decretos de isolamento social

Contrariando tudo o que especialistas e autoridades sanitárias do país e do mundo inteiro vêm pregando como forma de evitar que o novo coronavírus se espalhe, o presidente Jair Bolsonaro criticou, em pronunciamento na noite de ontem terça-feira (24) em rede nacional de televisão, o pedido para que todas aqueles que possam fiquem em casa. Bolsonaro culpou os meios de comunicação por espalharem, segundo ele, uma sensação de "pavor". E disse que, se contrair o vírus, não pegará mais do que uma "gripezinha".

Nesta quarta-feira 25, o prefeito Paulo Bonfim informou que não houve nenhuma reação contrária aos decretos assinados e continuam valendo todas as medidas preventivas no combate ao coronavírus. "Tudo continua como antes, como antes, com todos seguindo as orientações e as equipes de todas as secretarias estão trabalhandodia e noite para orientar a população quanto aos cuidados necessários diante da pandemia, como a higienização e o isolamento social", disse Paulo Bonfim.

O prefeito de Petrolina Miguel Coelho, através de nota, destacou que o isolamento deve continuar. “Seguem mantidos todos os decretos publicados a respeito do funcionamento do comércio, escolas, estabelecimentos privados entre outros que gerem aglomerações. Assim como, seguirão as medidas de fiscalização para coibir o descumprimento das medidas. Petrolina manterá, portanto, o caminho da prevenção como a forma de preservar vidas e superar esse duro momento que depende da consciência de todos”.

O prefeito orientou ainda para a população continuar em isolamento social por prevenção. "Petrolina manterá o caminho da prevenção como forma de preservar vidas e superar esse momento dificil que de depende da consciência de todos", disse Miguel Coelho.

A União dos Municípios da Bahia (UPB) emitiu nota de repúdio contra o presidente Jair Bolsonaro devido ao pronunciamento feito por ele na noite desta terça-feira (24) (veja aqui). A entidade, que representa os prefeitos baianos, disse que “assistiu com grande preocupação” o discurso. Para a UPB, a fala do presidente descredibiliza os prefeitos e vai de encontro aos esforços concentrados de controle ao novo coronavírus, como “manter o distanciamento social, fechar escolas, rodoviárias e estabelecimentos comerciais”.

A instituição também declarou que o pronunciamento foi um ato contraditório após as orientações dadas pelo seu próprio governo, através do Ministério da Saúde. Ainda na nota, a UPB diz que “aos prefeitos baianos, o pronunciamento do presidente passou a sensação de que o Brasil está desgovernado, sem uma liderança coerente e responsável, que respalde as decisões dos gestores locais nesse momento de crise. Deixa a certeza de que, ao seguir seus delírios de que trata-se de uma "gripezinha", serão as lideranças municipais criminalizadas pelas mortes diante da total falta de estrutura para atender casos graves como veem sendo registrados em diversos países”.

A UPB conclamou os prefeitos a seguirem na adoção de medidas orientadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo governo do Estado da Bahia na “contenção do vírus que deixa um rastro de morte por onde passa”.

Redação redeGN Foto: Ilustrativa