Biografia de Reginaldo Rossi contará várias histórias, entre elas uma do Rei e o Rio São Francisco

São poucos os artistas que têm a proeza de agradar a ‘gregos e troianos’ e ter suas músicas cantaroladas em uníssono. Reginaldo Rossi, o "Rei do Brega", integrava este seleto grupo e mesmo após a sua morte, aos 69, ocorrida há exatos cinco anos, em 20 de dezembro de 2013, em decorrência de um câncer, o seu legado permanece vivo palcos afora e em breve, com histórias escritas em um livro idealizado por Ernesto Praça, seu companheiro de palco durante mais de três décadas e o jornalista Jacques Cerqueira. 

“Foram muitas as experiências vividas com Reginaldo. E resolvemos contá-las, torná-las públicas. Ainda estamos na fase inicial da produção, não tem data para ser concluída”, contou Praça à Folha de Pernambuco. Entre as histórias que serão narradas por Ernesto, está o perigo que Reginaldo e a banda correram, às margens de uma ribanceira. 

“Os nossos bastidores eram ricos de fatos, alguns deles que na ocasião nos causaram pânico e depois nos faziam rir. Por exemplo, quando ficamos dentro de um ônibus pendurados numa represa do Rio São Francisco, vindos de um show em Petrolândia, Sertão do Estado. O motorista passou direto, não sei o que houve”, contou Ernesto, com ares de riso.

Sim, o tom de humor percorrerá as páginas da obra. Ou, pelo menos, será distribuído em boa parte dos escritos, porque falar do ‘Rei’ nos bastidores, é se divertir com os seus trejeitos que eram tão próprios, principalmente quando estava entre amigos. 

“Tínhamos uma relação de intimidade. Natural para quem passou 32 anos viajando País afora, subindo aos palcos com ele. Não temos, o Jacques e eu, o tempo desejado para sentar e conversar sobre as histórias, mas quando fazemos isso, muita coisa boa vem à tona. Sem compromisso de data e hora, é assim que vamos seguir até concluir o livro”, completa Praça.

Ernesto Praça (trompete), Edmilson Macaquito (baterista), Dino Batista (contrabaixo), Marcílio Alves (teclado), George (guitarra) e Iran Maia, que alterna nos vocais com os demais integrantes, formam a "Banda Rossi, a Original", complemento ressaltado por Praça para diferenciar o grupo de outros que, de acordo com ele, tentam dar continuidade ao legado de Reginaldo Rossi, de forma desonesta. 

“Frisamos o nome da banda como ‘original’, porque somos os únicos que, de fato, acompanhávamos Reginaldo Rossi e após a sua morte, demos sequência ao seu trabalho. Não somos cover dele. Apenas reproduzimos as suas músicas e assim continuaremos, em sua homenagem”, ressalta o trompetista. 

Folha Pernambuco