Umbuzeiros do Sertão do São Francisco são mapeados para manejo e uso sustentável da biodiversidade

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mapeam diversos territórios com projeto criado em março de 2016, com o objetivo de contribuir para a conservação da biodiversidade brasileira por meio do manejo sustentável de sistemas agroflorestais, a fim de assegurar os modos de vida das comunidades tradicionais e dos agricultores familiares.

“Trata-se da primeira iniciativa com recursos do Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF) que apoia atividades de campo e pesquisas da Embrapa na área de conservação, manejo e uso sustentável da biodiversidade”, diz Rose Diegues, oficial de Programas do Pnud.

Ameaças

Alinhado aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas (ONU), o Bem Diverso trabalha com seis regiões, denominadas Territórios de Cidadania (TC): Alto Acre e Capixaba (AC), Alto Rio Pardo (MG), Médio Mearim (MA), Sertão de São Francisco (BA) e Sobral (CE). 

São áreas dos biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga reconhecidos pela importância socioambiental, mas ameaçados pelo aumento de práticas agrícolas pouco sustentáveis. 

O projeto selecionou 12 espécies de plantas nativas para o desenvolvimento de boas práticas de extrativismo sustentável: andiroba, araticum, açaí, babaçu, castanha-do-pará, coquinho azedo, licuri, maracujá, pequi, umbu e veludo. Esses alimentos são considerados fundamentais na dieta das comunidades e no complemento da renda das famílias por meio da comercialização. Além disso, as comunidades usam essas espécies na construção de casas, currais e cercas, ou como lenha.

Por meio do projeto, cerca de 1.400 técnicos e agroextrativistas já participaram de atividades técnicas e capacitações em manejo sustentável.

“É possível conservar a biodiversidade e os serviços ambientais, como, por exemplo, o provisionamento de água e a regulação climática, por meio do uso sustentável, respeitando os meios de vida das comunidades locais”, enfatiza Aldicir Scariot, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, coordenador do projeto. 

Rádiio Nacional