É comum a pergunta se Luiz Gonzaga foi Maçom. A resposta é sim. Luiz Gonzaga também exerceu papel fundamental para o desbravamento da maçonaria no Brasil e especial no Sertão Nordestino. O Rei do Baião iniciou na Maçonaria em abril de 1971, na loja Paranapuan, no Rio de Janeiro. Utilizou a influência que tinha para liderar o grupo que fundaria a Loja Maçônica Força da Verdade, em 1988, a primeira do Exu, Pernambuco, sua terra natal.
Iniciado na Maçonaria, quando ainda morava na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga começou a participar dos encontros ali mesmo, na loja Paranapuã, localizada próximo a sua residência. Trabalhou para conseguir telefone, escola, luz e estrada de asfalto para Miguel Pereira, onde possuía propriedade. Como maçom, chegou apenas ao terceiro grau, dos 33 níveis possíveis. Ajudou muitos os mais necessitados, principalmente nas secas dos anos 80.
A foto acima é de uma reunião realizada no município de Souza, Paraíba. “Todo canto que chegava e tivesse uma loja maçônica, ele fazia questão de se apresentar, visitar e ajudar. Nós visitamos diversas Lojas, em Fortaleza, Recife e João Pessoa, e todas foram testemunhas da presença de Luiz Gonzaga”, conta o maçom Almir Oliveira de Amorim, ex-funcionário do Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe) no Exu.
A generosidade que marcou o artista também pode ser vista nas reuniões maçônicas. Amigo íntimo, Almir conheceu bem a personalidade do sanfoneiro. “Gonzaga era uma pessoa uniforme, uma sumidade em pessoa. Era equilibrado, otimista, incentivava os Maçons para trabalhar pela sociedade, pelo povo, pelos mais pobres, pelos idosos. Ele tinha essa visão social”, recorda o amigo de Luiz Gonzaga.
Pouco tempo depois do falecimento do Rei, 02 de agosto de 1989, a Força da Verdade passou a se chamar Loja Maçônica Luiz Gonzaga. Em vida, o sanfoneiro compôs a música Acácia Amarela, na parceria com Orlando de Silveira, também Maçom. A canção, segundo os maçons entrevistados, é toda escrita em códigos, só possível de ser decifrada por quem é maçônico ou por quem já participou da maçonaria um dia.
Redação blog Foto Arquivo: Loja Maçonica Souza-Paraíba
15 comentários
22 de Nov / 2017 às 05h59
Fantástico arretado...Oh Quim tá vendo...o homem tinha parte hem...
22 de Nov / 2017 às 06h46
Gosto da cultura nordestina mas , ultimamente, há um excesso de textos sobre sanfoneiros.
22 de Nov / 2017 às 06h57
São brasileiros assim que o Brasil ignora, não ressalta o seu trabalho, não dá valor.Eu mesmo desconhecia esse lado do Gonzaga. Vamos difundir aos brasileiros quem foi Luiz Gonzaga.
22 de Nov / 2017 às 07h14
Prezado Geraldo, bom dia. O título do texto é contraditório com o corpo; vejamos: 1) No texto está bem claro que não havia nada de "secreto" na atividade maçônica de Gonzaga...Por onde ele passava ia as reuniões e estimulava a fundação de novas lojas ; 2) Não sou maçom e não possuo conhecimentos sobre maçonaria mas qualquer pessoa com um pouco de cultura identifica que a referida música é uma homenagem a maçonaria...Não há nada de códigos secretos na música compreendidos somente pelos iniciados! Não precisa publicar mas títulos contraditórios são desnecessários num blog como o seu! Obrigado.
22 de Nov / 2017 às 07h17
Ze do radio .......... o homem tinha parte da luz divida .
22 de Nov / 2017 às 07h18
Ze do radio .......... o homem tinha parte da luz divina .
22 de Nov / 2017 às 09h12
Prezado Geraldo, muito bom a discussão aqui, pois vejo que a maioria dos blogs tem excesso de assunto políticos. Extraordinário a conversa, pois acabei de ouvir a música Acacia Amarela e agora percebo o quanto há simbolos da vida...Parabens.
22 de Nov / 2017 às 09h14
Maçon? Luiz Gonzaga...não havia falado isto no alto dos meus 50 anos.
22 de Nov / 2017 às 11h56
eu discordo do amigo rapadura. a maçonaria é por essencia uma organizaçao secreta haja vista os juramentos de nao revelar aspectos da ordem que eles fazem. alem disso se os maços afirmam ter mensagem subliminar na cançao como vou dizer que nao ha? assim sendo Gonzagao tinha sim seus segredinhos.
22 de Nov / 2017 às 12h21
Todas as verbas oriundas com a venda do disco que contém a música Acácia Amarela são destinados à maçonaria na época.
22 de Nov / 2017 às 13h20
Excelente texto que direciona o leitor a uma cultura sob os diversos aspectos sociais, de forma mais abrangente, sem deter-se simplesmente à política. Acredito ser essa a função de um blog, gerando conteúdo e saberes. Tudo isso, ainda, contextualizando com a nossa cultura nordestina. Parabéns Geraldo.
22 de Nov / 2017 às 13h38
E agora Otoniel Gondim...Luiz Gonzaga tinha poder maçonico...tá vendo blog bem informado sai da mesmice....e ouvir dizer que ser Maçon é pacto com o diabo. Socorro Otoniel.
22 de Nov / 2017 às 23h26
Prezado Geraldo, a reportagem danada de boa e como toda boa reportagem deu audiência. Deixo aqui uma sugestão para calar os críticos da arte: mostre a história de Luiz Gonzaga e o Pai do Rock, Raul Seixas.
07 de Nov / 2021 às 13h12
Parabéns Edesio, por pesquisar e propor um tema que sai das mesmices da imprensa convencional. Texto correto, leve e de interesse público, uma vez que Luiz Gonzaga foi homen público e jamais deu ênfase a estas duas escolhas da vida privada. Melhor ainda por demonstrar que ele buscou fazer o bem onde estivesse. Hoje em Meio a tanto ódio e desprezo pelo que é Bom, Belo e que agrega valor a vida. Grato por desenvolver e compartilhar.
14 de Dec / 2023 às 14h06
É o velho jornalismo da polêmica, se percebe que foi escrito por alguém que não conhece a maçonaria, o Luiz Gonzaga chegou ao último grau da maçonaria sim, era um mestre maçom. Quanto a música Acácia Amarela não tem nada de secreto, apenas linguagem do jargão maçônico.