Bulliyng causa reações extremas, afirmam psicólogos

O bullying pode causar reações extremas como a do garoto de 14 anos que atirou em colegas de classe que o chamavam de “fedorento”, garantem especialistas. Para psicólogos, a melhor forma de evitar situações como a ocorrida, em Goiânia, é a prevenção. “A escola tem papel fundamental na formação das pessoas. Um adolescente negligenciado tem seu quadro agravado. A posição da criança diante do mundo pode ser tristeza, ódio ou violência. Cria-se um sentimento insuportável de rejeição que colabora para um desequilíbrio futuro”, explica o mestre em psicologia Vladimir Melo, formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB).

Segundo o especialista, estudos comprovam que, em alguns casos, os próprios professores iniciam casos de bullying contra alunos. “Existe uma constatação que mostra que o bullying em relação ao sobrepeso, por exemplo, começa pelos professores. Isso possivelmente ocorre em outras situações. Por isso é importante acompanhar a rotina das instituições de ensino, e os pais não podem sentir-se impotentes com relação aos casos envolvendo seus filhos”, explicou Vladimir. 

O resultado de anos de discriminação, conclui o psicólogo, “pode gerar não apenas reações extremas como a desse adolescente que atirou nos colegas, mas também uma tristeza profunda que deixa marcas para o resto da vida”.

Para a psicóloga infanto juvenil Flávia Lacerda, “o comportamento agressivo pode estar associado a um transtorno mental”. Segundo a especialista em terapia familiar e mestre pela Universidade de Brasília (UnB), “o impacto do bullying é brutal, ainda mais em um adolescente. É nessa época que estamos mais sensíveis, porque esse é um período de mudanças e de questionamento. Crianças em contexto de violência escolar se tornam ainda mais vulneráveis, tendo uma reação ainda maior ao estresse. Assim, seu comportamento fica mais agressivo”, explicou.