A situação do clima no Brasil nos últimos tempos, e neste ano em particular, tem surpreendido bastante pelas grandes variações na temperatura, com elevações e quedas abruptas que fogem à normalidade, em momentos e locais às vezes não tão tradicionais, requerendo cuidados especiais para a superação. Igualmente no campo político nacional a temperatura sofreu alterações de tamanha intensidade, que o superaquecimento provocou tempestades e tremores que nem a escala Richter consegue medir.
Sempre que a terra treme nas bandas de Curitiba, resultante de uma operação que busca nas profundezas a origem oculta de tantos crimes praticados, soa um potente alarme avisando ao restante do país de que um tsunami de grandes proporções vem varrendo o território nacional em todas as direções. Daí, a correria para destruir ou ocultar provas ganha uma dimensão nunca vista. E o que mais se ouve são frases explicativas de que “não vi nada”, “não sei de nada”, “o dinheiro gasto na minha campanha foi de origem legal”, “a minha prestação de contas foi aprovada pelo Tribunal”, “as declarações dos delatores são mentirosas”, “o dinheiro da mala não me pertence”, “não tenho conta no exterior” e, quando descoberta a verdade, “não sei quem depositou esses milhões de dólares em minha conta”... e por aí vai um mundo de argumentos insanos tentando resistir à catilinária avassaladora que vem do Sul! Pura cara de pau e sem nenhuma vergonha, isso sim!
À medida que a tormenta causada pelas investigações e processos preocupa os homens do poder, eles atormentam a população com medidas inquietantes como o aumento de impostos e a absurda elevação no preço dos combustíveis, os quais provocam impacto direto no custo de vida e gradativo retorno da inflação, com graves reflexos negativos para toda a sociedade. Interessante é que a justificativa básica para essas medidas se ampara no fato de que existe um rombo nas reservas orçamentárias, ampliado no “Balcão de Negócios”, visando atrair os votos de apoio dos Deputados para a defesa do Governo, donde, de repente, um milagre acontece e milhões de reais surgem do nada para atender Emendas Parlamentares de projetos nas suas bases eleitorais, cuja honestidade e lisura na aplicação nem sempre são comprovadas!
O grande impasse ora estabelecido no país, é que não se visualiza uma alternativa para enfrentar essa realidade. Se temos um governo incompetente, inseguro e instável, prestes a cair, do outro lado há um bando de insaciáveis por chegar ao poder, não para resolver a crise moral e administrativa instalada, mas para abraçar com ansiedade um “Foro Privilegiado” que os resgatem de um afogamento iminente nesse oceano de atos ilícitos em que navegam, onde fica difícil identificar qual deles é o maior predador.
Outro detalhe vigente no cenário atual, e que implanta uma sensação de insegurança no sistema político brasileiro, é ver que não somente os políticos aparecem envolvidos nas denúncias de delatores e empresários sobre as propinas institucionalizadas, mas, também, os Partidos sempre aparecem citados pelos empreiteiros como beneficiários de percentuais sobre valores liberados nos grandes projetos das Estatais, onde a Petrobrás era um poço fundo para a ladroagem se locupletar.
Enquanto perdurar o princípio estúpido de que os cargos importantes de Diretoria das Estatais são propriedades desse ou daquele partido, e assim o mentor nomeado administra as verbas da sua Diretoria como se fosse um patrimônio particular, destinando um quinhão dos faturamentos ao esquema político, jamais assistiremos à redenção desse país.
Da mesma forma, a cúpula administrativa federal é composta por 28 Ministérios – inclusive Secretarias com igual status –, sendo que esse conceito espúrio é predominante na distribuição dos cargos de comando entre os Partidos, cujo peso dos votos parlamentares é que mensura o grau de importância na distribuição. Essa é uma prática indecente e repugnante que precisa ser extirpada do país, definitivamente!
AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador-BA).
9 comentários
30 de Jul / 2017 às 23h17
Seu comentário, amigo Agenor Santos, eu não tiro uma vírgula, muito consistente, coerente, verídico e de uma dimensão de quem conhece bem o que redige em suas páginas. Grande abraço, conheço a sua competência desde muitos anos que lhe conheço e sei do conhecimento!!! (Barra do Mendes-BA).
30 de Jul / 2017 às 23h32
O grande Agenor, cantou todas as pedras indo e voltando. Cantou as verdade de cada um desses que vão pra lá para nos representar e ao contrário se locupletam de todas as formas, e tudo bem colocado nos mínimos detalhes no seu Artigo. Precisamos de mais Artigos como esse, onde, a verdade é sempre bem dita seja direcionada para que lado for...
31 de Jul / 2017 às 04h56
Verdade Agenor. Brasília hoje ta cheia de Ladrões, golpistas e traidores. Mixeu Temerário Gatinho Angora Quim Caju Serra mamando em Brasília?????
31 de Jul / 2017 às 07h37
Queremos Lula de novo com a Força do Povo. As pesquisas já estão dizendo,Lula vai voltar em 2018 e desta vez,pra vencer no Primeiro Turno. Não adiantou as Mentiras e a perseguição,o Povo Brasileiro sabe muito bem que só o Lula pode fazer esse Brasil crescer novamente.Estamos com ele! #LulaPresidente #Lula2018 #LulaNoPrimeiroTurno
31 de Jul / 2017 às 08h26
O mais interessante na realidade política brasileira é que tudo se perpetua. E sua crônica didática e pontual esclarece isto, Agenor. Elegemos políticos que permanecem com os mesmo vícios, e inexplicavelmente quanto mais criticados recebem mais apoio popular. E quando medidas duras, mas necessárias, são discutidas, prevalece o sentimento popular da injustiça. Como as reformas propostas. O brasileiro adora levar "vantagem" sempre. E isto se reflete nos que nos representam. Que apenas prolongam erros estruturais no país. FOZ DO IGUAÇU-PR
31 de Jul / 2017 às 08h31
O mais interessante na realidade política brasileira é que tudo se perpetua. E sua crônica didática e pontual esclarece isto, Agenor. Elegemos políticos que permanecem com os mesmo vícios, e inexplicavelmente quanto mais criticados recebem mais apoio popular. E quando medidas duras, mas necessárias, são discutidas, prevalece o sentimento popular da injustiça. Como as reformas propostas. O brasileiro adora levar "vantagem" sempre. E isto se reflete nos que nos representam. Que apenas prolongam erros estruturais no país. FOZ DO IGUAÇU-PR
31 de Jul / 2017 às 09h34
O problema é mudar as pedras do caminho, porque as pedra continuam as mesmas, e no meio das pedras nasceram muitas ervas daninhas, que dificilmente serão retiradas com enxadas, só trator esteira resolve, mas é muito perigoso o uso dessa máquina, que pode danificar o ecossistema democrático político, apesar da Operação Lava Jato está fazendo um bom trabalho, embora alguns oponentes dizem que é uma sangria que precisa estancar.
31 de Jul / 2017 às 10h28
Fui contemplado com sua palavras. A política brasileira é uma vergonha. Reformas urgentes. Renovação !!!
31 de Jul / 2017 às 14h20
Estou sempre lendo seus artigos, Agenor. Muito úteis, bons demais. Parabéns! (Miguel Calmon-BA).