Artigo: O novo lixo cultural das periferias urbanas

Não tenho absolutamente nada contra as novas formas de expressão musical advindas das periferias urbanas, especialmente de Salvador. Melhor dizendo, nada tenho contra esse estilo musical, o novo pagode feito por grupos de jovens desajustados e megalomaníacos, em sua grande maioria. Não tenho esse direito, pois vivemos numa democracia, mas pessoalmente acho literalmente lixo cultural, que banaliza a violência, a drogadição, e principalmente trata a mulher como um objeto.

Os produtores musicais desse estilo deveriam sim, aproveitar o momento em que esse estilo musical, que parece que consegue ser unanimidade exatamente nas periferias urbanas, para estabelecer parâmetros educativos através da música. Se existe o fenômeno, que façam boas letras e eduquem nossa juventude!

O que não pode, o que não deve, e que naturalmente é inaceitável é um movimento, que muitos dizem ser fenômeno cultural, de forma torpe adoecer nossos adolescentes e nossos jovens. É ridículo e totalmente intolerável que jovens que deveriam em tese ser espelho e referência para outros, verbalizem a violência, como se fosse a coisa mais natural do mundo, exatamente por serem considerados fenômeno cultural.

A sociedade motivada pelo Estado precisa urgentemente tomar uma posição, pois correremos o risco de ver em pouco tempo essa geração de jovens e adolescentes começarem a fazer a mesma coisa. Porque é fato sociológico que estes repetem os comportamentos dos seus ídolos. E são ídolos falsos que levam todos para o inferno!

Já imaginou ali na frente no tempo a mentalidade da juventude que assimila comportamentos de ídolos que são drogaditos e estupradores verbais? Estaremos todos literalmente perdidos!

Continuo dizendo que nada tenho contra qualquer tipo de estilo musical. Mas tenho sim resistência à drogadição, ao estupro, à violência sexual e a banalização da mulher em letras de músicas, que afinal de contas conseguem inclusive formar opinião negativa em jovens e adolescentes de nossas periferias urbanas. Não tenho resistência a raciocínio, mas desculpe o que é feio, pois o belo como dizia Vinicius é fundamental.

Tenho horror à ideia de que meus filhos e os filhos de minha geração possam ser limitados social e intelectualmente, porque uns poucos malucos só pensam em ganhar dinheiro, e outros sem idade para nada, apenas para a fama, apresentam como referência a música de péssima qualidade, de péssimo gosto, e principalmente que incentivam a violência sexual. Na minha humilde opinião sexo tem que ser de consenso e não na força bruta como coisa de animais! E música tem que ter qualidade, senão não passa de lixo para os ouvidos e para a alma.

GENALDO MELO