Na história deste jovem país de 516 anos, completados agora no último dia 22 de abril - quantos se lembraram da data...? -, nunca tantos fatos se uniram para mexer com tamanha intensidade o sentimento da gente brasileira. Ficou muito evidente que os movimentos de rua expressavam as duas tendências da atualidade, uma com o patrocínio oficial pedia a permanência da Dilma e contra o dito “golpe”, e a outra indignada com o quadro econômico atual e os escândalos avassaladores que estão levando a nação à bancarrota, exigia o “Fora Dilma” e o “Fora PT”.
Embora o processo participativo de pessoas de todos os níveis e idades nas ruas das principais cidades do país, tenha o condão de ressaltar um importante espírito de civismo e brasilidade, toda essa conjuntura reivindicatória permite, também, se extrair uma gama de lições positivas e negativas que, no desenrolar dos acontecimentos, tanto alegram como entristecem aos brasileiros em geral.
Um fato positivo que merece destaque, foi o clima de manifestações pacíficas, sem violência, e sem a presença dos “Black Blocs” que se encarregavam do vandalismo descontrolado, destruindo o patrimônio público e privado de forma irresponsável. De outra parte, nenhum governo se sustenta se a manifestação popular em sua defesa deixa de ser espontânea para ter um vínculo exageradamente oficial, visto que as organizações sindicais e associações de classe funcionam de forma ostensiva na movimentação da militância até de longas distâncias, com transporte, alimentação e gratificação patrocinados, cujos recursos tem uma origem certamente duvidosa...! Que o digam as pessoas encontradas com os bolsos abarrotados de dinheiro e levados para depor...
Sem nenhuma dúvida, das manifestações “prós e contras” saem as energias que alimentam as mudanças e os indicadores da necessidade de que algo novo precisa acontecer para fazer o país despertar do estado letárgico em que se encontra. Creio que foi decepcionante para os 54,5 milhões de eleitores que votaram na Dilma, e até mesmo para outros tantos que não votaram mas passaram a acreditar que o Brasil estava realmente bem, a triste descoberta no período pós-eleitoral de que as inteligentes estratégias do marqueteiro de campanha, foram o instrumento fundamental utilizado para iludir e enganar o eleitorado! Usando por analogia a famosa frase de Winston Churchill e adequando-a ao momento político, diria: “Nunca [...] tão poucos enganaram a tantos em tão pouco tempo”!
Sempre imaginei que, muito mais que supostas ou reais pedaladas contábeis cometidas pela Presidente, igualmente praticadas por muitos outros governos, outros motivos mais graves existem para justificar um impeachment e que deveriam encontrar algum amparo constitucional menos questionável, como: mentiras, infidelidades, fraudes, corrupção, desvios de verbas públicas de toda ordem por omissão ou permissividade, destruição de um patrimônio público como a Petrobrás, interferência criminosa nos Fundos de Pensão, dentre outras tantas que estão vindo à tona. Justificar que não houve a prática direta pela Presidente não é justificativa, visto que ela foi eleita por um Partido e tem ao seu lado uma base partidária, por cujos atos ou crimes cometidos tem ela a responsabilidade direta como gestora. Daí, vejo o Vice-Presidente Michel Temer com igual corresponsabilidade nesse processo.
Não poderia concluir essas considerações, contudo, sem lembrar o grande teatro do último domingo na Câmara de Deputados que, pelo desempenho desastrado da maioria dos atores, causou tristeza e vergonha a milhões de brasileiros, repercutindo negativamente em todo o Brasil. Evidentemente que se salvam alguns dessa tragédia, pela maneira responsável e comprometida como apresentaram os seus votos, não importa se SIM ou NÃO. Mas, foi uma encenação inominável por parte de grande número de deputados ao pronunciar o seu voto homenageando mãe, pai, avô, filhos, genros, noras, netos, nomes de amigos (provavelmente cabos eleitorais). Além de ter sido um espetáculo ridículo, certamente para uso daquelas imagens em futuras campanhas eleitoreiras, foi uma demonstração deplorável de despreparo, tolice, desrespeito e insensibilidade com a gravidade daquele momento histórico!
Assim, altivamente e com mais responsabilidade, prefiro homenagear o nosso Blog, os leitores e a dignidade que tanto está faltando em determinados políticos deste país.
AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público. (Salvador - BA).
9 comentários
24 de Apr / 2016 às 23h06
Nota mil, amigo Agenor. Parabéns pelo brilhante texto. Comungo ipsis litteris!
24 de Apr / 2016 às 23h14
Parabéns Agenor. Seus textos são excelentes, escreva mais, a torcida agradece.(Irecê-BA).
24 de Apr / 2016 às 23h16
Oportuno Artigo. Ler mais de uma vez é importante para que não esqueçamos tantas verdades bem analisadas sob uma ótica, onde tudo descrito, está estampado em todas as esquinas... Oportuno também as palavras finais em homenagem aos leitores do blog do Povo que atento a tudo, não se deixa mais enganar, nem por pedaladas, escorregadas, nem muito menos por idiotices de um amontoado de despreparados, salvo poucos...!!!
25 de Apr / 2016 às 07h08
Tu é um coxinha golpista. Mamava nas tetas de ACM e Mizael. De corrupção e golpe vocês entendem. Hahahahaha
25 de Apr / 2016 às 08h36
Que textinho reacionários que li foi esse? Bateu saudades grandes dos excêntricos artigos ( Volta quando ) do Otoniel Gondim. Será que somente e apenas Gondim se insurge ante essse pensamento golpista e coxinha? Retorna rápido, Otoniel.
25 de Apr / 2016 às 08h36
Que textinho reacionários que li foi esse? Bateu saudades grandes dos excêntricos artigos ( Volta quando ) do Otoniel Gondim. Será que somente e apenas Gondim se insurge ante essse pensamento golpista e coxinha? Retorna rápido, Otoniel.
25 de Apr / 2016 às 09h43
Realmente, Agenor, o nível da maioria dos nossos representantes no congresso é péssimo. Fico pensando, no entanto, que são raras as oportunidades que os eleitores tem de observar o desempenho destes que elegeram. E fico ainda mais estarrecido quando vejo a forma como muitos brasileiros encaram seu voto, não como o exercício da cidadania responsável, mas apenas o objetivo de ter "vantagens". Isto conduz ao espetáculo ridículo que você se referiu. Infelizmente, até pelas atitudes que alguns demonstram na escolha dos seus representantes, os nossos políticos são mal escolhidos. Não precisamos apenas de uma reforma política. Mas de pensamentos e atitudes cívicas. E de mais respeito quando opiniões corretas e ponderadas são efetuadas. Como estas desta crônica. Que infelizmente alguns não conseguem aceitar ou respeitar por serem direcionados por uma manipulação ideológica. Tenho esperança que este retrocesso está se exaurindo. Para que tenhamos representantes mais dignos. FOZ DO IGUAÇU (PR).
25 de Apr / 2016 às 10h52
Faça um texto da época que era secretário de Jorge Lobo seu Agenor.
25 de Apr / 2016 às 20h11
NADA PESSOAL CONTRA NINGUÉM MAS COM ROUBO OU SEM ROUBO O NOSSO NORDESTE NÃO TEVE NENHUM PRESIDENTE OU PRESIDENTA QUE FEZ ALGUMA COISA DE BOM PARA O NOSSO NORDESTE COMO LULA E DILMA E TEM MAIS NÃO VOTO COM ELES E NUNCA VOTEI AGORA SI LULA VIER E ELEITO NA HORA PODEM APOSTAR POR ISSO QUE E OPOSIÇÃO TEM MEDO.....