Assembleia Legislativa da Bahia fará homenagem póstuma para jornalista Wanda Chase

A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) vai relizar, nesta segunda-feira (7), uma homenagem póstuma para a jornalista Wanda Chase, que morreu na madrugada de quinta-feira (3), ao passar por uma cirurgia de aneurisma dissecante da aorta, no Hospital Teresa de Lisieux, em Salvador.

Inicialmente, a homenagem à comunicadora ocorreria no dia 13 de março, através de uma proposição da Bancada do Partido dos Trabalhadores, liderada pela deputada Fátima Nunes.

Na ocasião, Wanda receberia o Título de Cidadã Baiana, pela Alba. No entanto, a cerimônia foi adiada por causa dos problemas de saúde da jornalista.

--------- MATÉRIA CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE ---------
https://cafepingafogo.com.br/2022/


A titulação, contudo, está mantida e Wanda Chase será homenageada na sessão ordinária da Assembleia Legislativa. Em 2002, ela recebeu o Título de Cidadã Soteropolitana concedido pela Câmara Municipal de Salvador.

O corpo de Wanda Chase foi velado e cremado, nesta sexta-feira (4), sob forte comoção, no Cemitério Campo Santo, em Salvador. A despedida reuniu familiares, que saíram do Amazonas, terra natal de Wanda, além de amigos e pessoas que admiravam o trabalho dela.

Após o velório, as bandas Olodum e Didá e o bloco afro Ilê Aiyê fizeram um cortejo com tambores para a passagem do caixão de Wanda antes da cremação, que foi restrita à família.

Entre os presentes na despedida estava o cantor, compositor e multiinstrumentista Carlinhos Brown. Grande amigo de Wanda, ele destacou o legado que ela deixa para o movimento negro e para a comunicação.

"Ela não apenas avivou para todos o desejo de que nós precisávamos não serem visíveis em uma cidade na qual são os protagonistas, mas ela ativou também um desejo de que a gente podia se unir, de que a cidade podia se unir em torno da cultura baiana", disse Brown.

A jornalista também foi homenageada pela cantora Claudia Leitte, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), o jornalista Casemiro Neto e instituições baianas, que enviaram coroas de flores.

Quem era Wanda Chase

Wanda Chase se mudou para a Bahia em 1991 e trabalhou por 27 anos na TV Bahia, onde se consolidou como comunicadora e ativista do movimento negro.

Ela também trabalhou em veículos de comunicação como Rede Manchete, TV Cabo Branco e Rede Globo Nordeste. Também foi assessora de imprensa da banda Olodum. Por meio de nota, o grupo lamentou a morte da jornalista.

"A família Olodum lamenta profundamente a passagem de Wanda Chase, jornalista, mulher negra, militante do movimento negro e conselheira do Olodum. Nossos sentimentos à familiares e amigos nesse momento de pesar".
O bloco afro Ilê Aiyê também emitiu uma nota de pesar e destacou o trabalho de Wanda Chase na valorização da cultura e identidade negra do Brasil.

Após a aposentadoria, Wanda Chase se tornou colunista do portal iBahia e participou de um projeto de podcast. Neste ano, ela trabalhou na cobertura do carnaval para um veículo de comunicação.

Com 45 prêmios acumulados ao longo de mais de três décadas de atuação, a jornalista também é reconhecida por ter dado visibilidade à cultura baiana, especialmente às manifestações ligadas à cultura negra.

A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) emitiu nota de pesar e destacou a importância de Wanda Chase para a cultura no estado.

O presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, foi uma das autoridades que lamentou a morte de Wanda Chase.

"Hoje, se despediu de nós, Wanda Chase, uma mulher negra, jornalista, militante do movimento negro, uma companheira incrível dessa jornada das nossas vidas, no Pelourinho, Olodum, blocos afros, na comunidade negra e comunicação. Ela vai deixar muitas saudades", disse João Jorge.

Fonte: g1 Bahia