Bolsonaristas ocupam a Avenida Paulista em ato pró-anistia

A avenida Paulista começou o dia de verde e amarelo neste domingo (6/4), com a chegada dos primeiros manifestantes bolsonaristas ao local do ato pró-anistia, que teve início oficialmente às 14h.

O protesto pede o perdão dos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas.

A concentração ocorreu na altura da rua Peixoto Gomide, próximo ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde dois trios elétricos foram posicionados para liderar os discursos e apresentações ao longo da tarde. O evento é organizado e financiado pelo pastor evangélico Silas Malafaia, aliado histórico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), comparecr ao protesto ao lado de governadores e parlamentares da base bolsonarista.

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O visual dos manifestantes repete a estética dos grandes atos bolsonaristas: roupas com a bandeira do Brasil, camisetas com o rosto de Bolsonaro e acessórios em verde e amarelo. Entre os destaques visuais, chamam atenção cartazes com elogios a Elon Musk, empresário norte-americano que, apesar de seu cargo ser ligado à iniciativa privada, tem sido apresentado por bolsonaristas como "aliado da liberdade de expressão" no embate contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes, que conduz os inquéritos sobre o 8 de janeiro, é o principal alvo das críticas do grupo.

Um dos símbolos mais curiosos da manifestação é o batom inflável, empunhado por vários manifestantes. O item faz referência a Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira de 39 anos presa por pichar com um batom a estátua “A Justiça”, localizada em frente ao STF, durante os atos do 8 de janeiro. Ela escreveu a frase “perdeu, mané”, em alusão à fala dita por Luís Roberto Barroso, hoje presidente da Corte, em resposta a um manifestante bolsonarista em Nova York, em 2022.

O ex-presidente já participou de outro protesto semelhante em fevereiro, no Rio de Janeiro, onde também pediu anistia e defendeu seus apoiadores presos.

A pauta da anistia, no entanto, encontra forte resistência institucional e jurídica. O Supremo Tribunal Federal tem adotado uma linha dura contra os envolvidos nos atos golpistas, com penas que ultrapassam 15 anos em alguns casos. No Congresso, projetos que propõem o perdão têm pouca chance de avançar, mas servem como sinalização à base bolsonarista.

Fonte: Correio Brasiliense