A Fundação Padre João Câncio, ligada à celebração da Missa do Vaqueiro, em Serrita, Sertão de Pernambuco, luta contra o “apagamento cultural” de um projeto de lei que prevê uma nova nomenclatura de parte da celebração para “Festa de Jacó”.
O projeto de lei 0003-2025 foi enviado para a Câmara para votação. A Prefeitura de Serrita, que é autora do projeto de lei, negou a mudança no nome, explicando se tratar somente de modificação da nomenclatura de parte da celebração.
Em contato com a REDEGN, Helena Cancio, disse o prefeito de Serrita, enviou projeto de lei a câmara de vereadores, propondo, dentre outras coisas, mudar o nome do evento Missa do Vaqueiro para Festa do Jacó.
"Também, antecipar para a terceira semana de julho, 25, 26 e 27, para a terceira semana do mesmo mês. Isso, sem ouvir ninguém, só pela sua vontade e poder de decisão que ele acha que tem sobre o evento", ressaltou Helena que é presidente da Fundação Padre Cancio.
A Missa do Vaqueiro foi criada por Luiz Gonzaga, padre João Câncio e o poeta cantador de viola Pedro Bandeira e é comemorada há 54 anos na Zona Rural de Serrita.
A liturgia acontece sempre no último domingo de julho. A tradição também prevê três dias de festa antes da celebração religiosa, ou seja, entre a quinta-feira e o sábado.
A missa é realizada em memória de Raimundo Jacó, vaqueiro que era primo de Luiz Gonzaga. Ele foi assassinado em 1954 e teve seu corpo encontrado em uma estrada, no meio da caatinga. O fato inspirou a música “A Morte do Vaqueiro”, cantada pelo Rei do Baião.
O Neto de Luiz Gonzaga, o cantor e compositor Daniel Gonzaga postou um vídeo nas suas redes sociais criticando um suposto "apagamento cultural" do legado da sua família.
"Querem mudar o nome da Missa do Vaqueiro para Festa de Jacó, apagando mais de 50 anos de história. Uma história criada por padre João Câncio, Luiz Gonzaga e o poeta Luiz Bandeira. Uma votação está para acontecer na próxima terça-feira para colocar, por iniciativa da prefeitura, do governo, uma festa que é reconhecidamente do povo. Esse apagamento é muito grave", criticou.
Ele defende que a música Missa do Vaqueiro interpretada por Luiz Gonzaga e a missa são patrimônios que devem ser protegidos.
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