Artigo - O milagre da vida e a esperança para 2025

Queridas amigas e queridos amigos, o momento nos convida a uma profunda gratidão e a uma reflexão serena e consciente sobre a vida.

Agradecemos pela dádiva da existência, pela saúde, pela liberdade de ser, pelos relacionamentos preciosos, pelas lições que nos conduzem ao amadurecimento, pelos desafios superados, pelos sonhos realizados e pela alegria compartilhada.

Tudo isso nos conecta à natureza, à paz, ao bem e ao verdadeiro significado da existência humana.

Nesse contexto, com audácia, Arthur Schopenhauer afirma que “quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência”. Já refletiu sobre a improbabilidade da sua própria existência? Sob a perspectiva científica, as chances de você ter sido gerado no útero de sua mãe são extraordinariamente pequenas.

Por isso, é essencial reconhecer que a sua existência é um verdadeiro milagre! Cada detalhe — o encontro de seus pais, a troca de material genético — culminou em você. Isso torna sua vida algo raríssimo e valioso. Lembre-se: milagres não se explicam, eles são vivenciados. Isso não significa viver constantemente no auge do glamour, mas ser consciente de que não existe perfeição sentimental neste mundo.

Diante disso, é oportuno recordar as palavras do querido Augusto Cury: “Os problemas nunca vão desaparecer, nem mesmo na mais bela existência. Eles existem para serem resolvidos, não para nos perturbar”. É nesse prodígio que a liberdade de ser e agir celebra a autenticidade, sem se submeter às imposições externas opressoras. Isso é ser verdadeiramente livre.

Nesse sentido, as palavras de Albert Einstein são bem-vindas quando nos diz que “se quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas nem às coisas”. Sendo assim, quando criamos muita expectativa numa pessoa corremos o risco de depararmos com as decepções, pressões, perda de autenticidade, dependência emocional, intimidade emocional, desequilíbrio nas relações e profundas mágoas.

Ficar chateado, irado, triste, inseguro ou frustrado por algum episódio é naturalmente humano. Entretanto, permanecer na amargura não é inteligente. É através dessa perspectiva que William Shakespeare, em uma de suas magníficas obras, nos deixou registrado: "a mágoa altera as estações e as horas de repouso, fazendo da noite dia e do dia noite."

Superar esse estado emocional é fundamental para vencermos as batalhas constantes da vida. É preciso seguir em frente, mesmo quando a crença dos outros em nós se esgota. Ninguém é culpado por isso; tudo faz parte do processo de transformação interior. E agora, quem poderá nos auxiliar?

O amor e um espírito revigorante são capazes de transformar, criar e orientar cada pessoa na construção de um projeto de vida que promova a melhoria interna. Para amadurecer essa ideia, Clarice Lispector nos lembra que “cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado”. O progresso, em seu primeiro momento, pode provocar desconforto e uma sensação de vulnerabilidade.

É com base nisso que Alfred Tennyson destaca: “autorrespeito, autoconhecimento, autocontrole conduzem a vida ao poder supremo”. Ou seja, defina metas, mantenha os pés no chão e nunca subestime o poder do conhece-te a ti mesmo, como nos ensinou Sócrates. Para alcançar isso, é necessária uma grande dose de coragem.

Esse autoentendimento envolve elementos fundamentais como autorreflexão, autoaceitação e o aprendizado sobre emoções, sentimentos, pensamentos, valores e reações. Isso é alcançado por meio da autocompreensão e do reconhecimento do nosso verdadeiro tamanho, que se traduz em humildade.

Esse conhecimento pleno contribui para uma maior introspecção e discernimento nos momentos mais desafiadores da nossa vida. Nessa circunstância, é essencial refletirmos sobre a manifestação da inveja, um sentimento que pode distorcer nossa visão de vida, afastando-nos do autoconhecimento e da reforma íntima. Uma pessoa invejosa não almeja, primeiramente, o que você tem; ela deseja que você não seja feliz com o que tem.

No entanto, apesar dos ataques visíveis e invisíveis, é primordial não se deixar abalar por conversas deprimentes nem pelas indiferenças alheias. Alguém olhou feio para você hoje? E então, qual foi a sua reação? Dormiu em paz? Independentemente de ser bom ou ruim, todo relacionamento traz consigo um aprendizado.

Dessa forma, não podemos esquecer que as boas relações são alicerces fundamentais para o crescimento pessoal e coletivo. Aprendemos tanto com aquele irmão que zomba de nós quanto com aquele que ora por nós. O importante é, de fato, perdoar. Quem mais se beneficia com isso é quem libera o perdão e expressa gratidão por tudo o que acontece em nossas vidas.

O ato de agradecer fortalece a jornada do ser humano, criando conexões genuínas e promovendo mais reciprocidade e amor. Nesse sentido, é fundamental a valorização daqueles que te valorizam, mas, ao mesmo tempo, não esqueçamos de perdoar aos que nos ofendem.

Além disso, em boa parte das vezes, ficamos tão focados em perdoar a quem nos prejudicam e esquecemos de reconhecer os gestos de carinho dos que realmente se importam com a gente. Já parou para refletir sobre quantas pessoas te procurariam se você não estivesse nessa posição hierárquica? Consegue separar o joio do trigo, minhas amigas e meus amigos?

Nessa semântica, o mais aconselhável é abrir o coração apenas para o que é bom e ser capaz de fazer escolhas sábias, de acordo com o que cada pessoa deseja para si. Refiro-me àqueles episódios profundamente marcantes, quando quase todos te abandonaram, mas ainda assim, alguém apareceu para te socorrer com ternura e honra. São justamente esses momentos que quero te lembrar, porque são eles que te impedem de estacionar na garagem da vida.

E, ao falarmos sobre a ociosidade, não podemos esquecer que a vida é curta demais para ser desperdiçada com medo, rancor, pessimismo, arrogância, mentiras, violência, maldade, impulsividade destrutiva, falsidade, intrigas, injustiça, orgulho, soberba e o complexo de inferioridade. Com essa compreensão, torna-se claro: é muito mais sábio buscar a felicidade do que perder boa parte da nossa vida com trivialidades.

Quando tomamos plena consciência disso, percebemos que praticar a gratidão, amar intensamente e cultivar a esperança, mesmo ao atravessar o estreito caminho da provação, realmente vale a pena. Como afirmou Victor Hugo: “O futuro tem muitos nomes. Para os fracos, é o inalcançável. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes, é a oportunidade.” Que tenhamos coragem, meus amigos, para não nos perdermos nas armadilhas das nossas próprias ilusões e fascinações.

Com esse entendimento, é essencial ter firmeza no pensamento. Precisamos ser capazes de almejar lugares sublimes e trabalhar com dedicação para a realização dos nossos sonhos. Para tanto, é fundamental responder a questões que todo ser humano deve se fazer: Quem sou eu? Onde quero chegar, afinal? Estou satisfeito com a vida que estou vivendo?

Dentro dessas respostas, é inegável que ousar faz parte da vontade pessoal. Por essa razão, é importante lembrar: não se sinta uma vítima, abandonado nos cantos da vida. Precisamos enxergar nosso verdadeiro valor e compreender que Deus é o dono de tudo, e Ele tem o melhor para nós, pois é bom o tempo todo. Portanto, ousar não é apenas ser audacioso, mas usar a sabedoria profunda em prol do bem da humanidade.

Ao priorizarmos o bem coletivo, quando penso no bem-estar do meu irmão, Deus pensa em mim e na minha família. Deus não deve nada a ninguém. É com base nessa verdade que podemos realmente entender quem somos, discernindo nossos pensamentos e intenções. A nossa luta não é contra o nosso irmão, mas contra nós mesmos.

Nessa visão, ao harmonizarmos o nosso ser, aprendemos a nos calar, o que nos permite escutar mais claramente o nosso interior, perceber a natureza ao nosso redor e valorizar o que é belo, verdadeiro e sustentável. Esse silêncio, necessário em certas ocasiões, não é por medo, mas por prudência.

Quantas vezes nos parabenizamos por termos escolhido o silêncio no momento certo? Isso não significa aceitar tudo passivamente. A virtude de dominar a língua não é comum ao ser humano. Ainda mais diante das vaidades do nosso egocentrismo, frequentemente sentimos o impulso de expressar tudo o que vem à mente. Esse comportamento, no entanto, tende a resultar em divisões e decepções nas relações.

 

Entretanto, é importante percebermos que os tolos falam sem cessar e, com isso, podem afastar grandes amizades. Quantas vezes já nos tornamos impopulares pelo excesso de palavras? Ao falar demais, conquistamos admiradores e, muitas vezes, também os invejosos. A esse respeito, Demi Lovato afirma: “se me disserem que me odeiam, eu vejo isso como inveja, porque ninguém odeia sem motivo, ainda mais sem me conhecer”. O que você pensa sobre essa afirmação?

 

Um excelente falador, muitas vezes, não aprecia escutar os outros. Dialogar, de fato, exige uma empatia profunda e amor genuíno. Heráclito, com sua sabedoria, nos ensina que "se não sabe escutar, não sabe falar". Existem pessoas que falam tanto que acabam afastando os outros, pois, ao encontrarem um ouvinte, descarregam um turbilhão de pensamentos, ideias e sentimentos, sem se dar conta de que o verdadeiro diálogo requer equilíbrio e espaço para ambas as partes.

 

Nesse momento, só o amor de Deus pode preencher nossas vidas. É com essa perspectiva que John Powell nos lembra: "para compreender as pessoas, devo tentar escutar o que elas não estão dizendo, o que elas talvez nunca venham a dizer". Isso é aprender a se doar diante dos gemidos inexprimíveis, amando sem esperar nada em troca, acolhendo com compaixão o que não pode ser dito em palavras, mas que se revela no silêncio do coração.

 

Sabendo disso, o melhor é ser feliz independentemente de quem gosta ou não de nós. Viva intensamente, aproveite cada momento da sua vida da melhor forma possível. Além disso, reflita sobre as experiências marcantes da sua jornada e reconheça que, muitas vezes, nossos adversários atuam como verdadeiros 'personal trainers', desafiando-nos a crescer, a superar limites e a nos tornar mais fortes a cada dificuldade enfrentada.

 

A partir dessa perspectiva, é possível perceber que, por mais extraordinária que uma pessoa seja, ela também possui seus defeitos. Nesses momentos, podemos observar que, seja por maldade ou displicência, o 'velho homem'—a natureza humana—se manifesta. O desequilíbrio dessa natureza, quando não há vigilância, pode levar ao decaimento fatal da nossa existência, minando o potencial de nossa evolução pessoal e espiritual.

 

Não podemos fugir da nossa essência, mas temos o poder da temperança. Moderar e gerenciar as situações complexas fazem parte da escola da vida humana, com seus altos e baixos. O mais importante, neste momento, é lembrar que um novo ano está prestes a nascer, trazendo com ele uma grande oportunidade para reflexão sobre nossas atitudes e buscarmos relações mais equilibradas. Que este novo ciclo seja um convite para a transformação interior e para o cultivo de vínculos mais saudáveis e harmoniosos.

O que importa é que mais um ano se despede, abrindo caminho para outro que já bate à nossa porta, trazendo consigo novas possibilidades e a esperança de dias melhores e brilhantes. 2024 se encerra como um pôr do sol majestoso, colorido por experiências únicas, peculiares a cada ser – para alguns, um ano de esplendores; para outros, de desafios intensos. Porém, é justamente nas adversidades que encontramos a força para seguir em frente, e nas vitórias que reafirmamos nossa gratidão pela jornada. Que o próximo ano seja repleto de renovação, aprendizado e realizações.

Nada é por acaso. Independentemente do que vivemos, há uma verdade que nos une: a vida, em toda a sua complexidade, é uma bênção extraordinária da criação divina. Ao enxergarmos cada dia sob essa ótica, renovamos nossas forças e revigoramos o espírito, preparando-nos para o que está por vir em 2025.

Ao olharmos para trás, é inevitável não refletirmos sobre as situações marcantes de 2024. Foram vitórias que encheram nossos corações de alegria, assim como desafios repletos de grandes provações que nos ensinaram que, na verdade, possuímos a força necessária para superar todos os obstáculos que nos são confiados.

O ano de 2024 foi repleto de conquistas e grandes realizações, que fortaleceram muitos relacionamentos. Porém, para outros, foi uma fase marcada por sofrimentos, perdas, incertezas, amarguras, decepções, ciúmes, indiferenças, ingratidões e sentimentos negativos. No entanto, é importante lembrar que, entre altos e baixos, sempre estamos aprendendo com a insubstituível jornada da vida.

É nesse aprendizado que conseguimos, de forma holística, perceber a importante lição que a vida nos oferece: tudo posso. A vida, na realidade, é composta por ciclos. Assim como a noite dá lugar ao amanhecer radiante, também as estações mais duras cedem espaço para as primaveras que florescem. Essa é a fé que nos impulsiona, cheia de esperança para um futuro promissor.

Portanto, queridas amigas e queridos amigos, seja você margarida, pedreiro, médico, engenheiro, advogado, professor, enfermeiro, contador, farmacêutico, veterinário, dentista, arquiteto, psicólogo, jornalista, fisioterapeuta, publicitário, analista de TI, programador, chef, piloto, policial, bombeiro, ator, músico, designer, youtuber, barbeiro, economista, motorista, agrônomo, empresário ou qualquer outra profissão, minha profunda gratidão por vocês existirem. Que 2025 seja um ano ainda melhor para todos nós.

Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele (Salmo 118:24).

Professor Josiel Bezerra