Sobe para 21 número de mortes por dengue na Bahia; 285 cidades enfrentam epidemia da doença

A dengue segue fazendo vítimas na Bahia. Nesta terça-feira (26), a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) confirmou a 21ª morte pela doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O novo caso foi registrado na cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado.

De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Sesab, 285 municípios estão em estado de epidemia (68% das cidades), entre eles a capital Salvador. Outras 45 cidades estão em risco e 12 em estado de alerta.

As mortes pela doença no estado foram registradas em 12 municípios. 

Ao todo, 81.428 casos prováveis da doença foram notificados no estado até o sábado (23). O número é 487,8% maior que o registrado no mesmo período de 2023, em que foram notificados 13.854 casos prováveis.

Vitória da Conquista, Salvador e Feira de Santana são os municípios com mais casos prováveis de dengue em 2024, de acordo com os dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep). Em Conquista, foram notificados até o momento 11.627 casos; em Salvador 4.962 casos; e Feira de Santana 2.888 casos prováveis.

Ainda assim, a pasta destaca que a Bahia possui índice de letalidade por dengue de 1,47%, percentual abaixo da média nacional, de 3,09%.

O cálculo é feito com base nos casos notificados que evoluem para a forma grave da doença. A avaliação é da Câmara Técnica Estadual de Análise de Óbito da Sesab.

Confira as cidades onde ocorreram as mortes:

Jacaraci, no sudoeste da Bahia (4)
Piripá, no sudoeste da Bahia (3)
Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia (4)
Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano (2)
Barra do Choça, no sudoeste da Bahia (1)
Feira de Santana, a 100 km de Salvador (1)
Ibiassucê, no sudoeste da Bahia (1)
Irecê, no norte da Bahia (1)
Santo Estevão, a 150 km de Salvador (1)
Campo Formoso, no norte da Bahia (1)
Caetité, no sudoeste (1)
Juazeiro, no norte do estado (1)

Dos sete suspeitos de dengue grave (Hemorrágica) 4 foram descartados, 1 morte e dois em avaliação


Esforços municipais


Os municípios baianos têm reforçado ações para atender o aumento de casos e, consequentemente, a pressão nos sistemas de saúde.

Na capital baiana, por exemplo, a Secretaria Municipal de Saúde se uniu ao Exército para combater o Aedes aegypti, agente transmissor também da zika e chikungunya.

O objetivo é capacitar soldados para criar "multiplicadores" de ações e informações de combate ao mosquito. Na prática, a força militar vai se juntar aos agentes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses, repassando orientações preventivas para a população dentro e fora dos quarteis.

A diretora de Vigilância à Saúde da cidade, Andrea Salvador, destacou ainda o uso de "bombas costais" de efeito residual.

"Nós as utilizamos principalmente em escolas, postos de saúde, onde esse efeito residual, através dessas bombas, é colocar o inseticida nas paredes. Essas paredes ficam impregnadas e repelem o mosquito", explica.


Em meio às ações do poder público, a diretora cobrou que a população também colabore, prevenindo a proliferação do mosquito.

Já em Juazeiro, no norte do estado, a prefeitura relatou que atendeu mais de 250 denúncias de possíveis focos do Aedes aegypti através do canal "Dengue Zap". A gestão criou a ferramenta para auxiliar na identificação e combate aos focos de reprodução do mosquito.

“Estamos com os agentes em campo, nos turnos matutino e vespertino e nos fins de semana em áreas que consideramos de risco ou com índice de infestação preocupante”, afirmou o agente de endemias Diego Alves.


Ele reforçou o pedido da prefeitura para que a população receba os agentes em casa, e permita que o trabalho de prevenção e combate à proliferação do Aedes aegypti seja feito.

G1BA/Foto: CDC