O advogado Hariberto de Miranda Jordão Filho fez declarações antissemitas durante uma reunião do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) na última quarta-feira (20). Instituições ligadas à advocacia, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), reagiram às falas.
Membro da diretoria do instituto, pediu que todos os judeus presidentes de comissões do IAB fossem demitidos. “Devem ser expulsos, eliminados”, disse Jordão Filho, que reclamava do fato de a Federação Israelita do Rio de Janeiro ter acionado a OAB sobre outras manifestações antissemitas que ele já havia proferido.
No discurso no IAB ele também comparou ao holocausto o que acontece na Guerra no Oriente Médio, chamando os israelenses de nazistas. Os judeus foram as principais vítimas do nazismo.
Alguns membros do instituto tentaram interromper o discurso de Jordão Filho, mas a presidência da sessão permitiu que o advogado continuasse, dizendo que ele vai “assumir as consequências disso”.
O IAB informou, em nota na quinta-feira (21), que iniciou um procedimento administrativo contra Jordão Filho e lamentou as declarações, que “ferem a dignidade de todos os envolvidos direta ou indiretamente com a triste fala”. Segundo instituto, o procedimento servirá “para garantir a integridade e a reputação do IAB, como também assegurar o efetivo cumprimento de seus valores fundamentais”.
A seção paulista da OAB também disse repudiar as declarações e pediu que “as autoridades competentes” investiguem o caso e adotem “todas as medidas cabíveis conforme a legislação vigente, a fim de coibir tais atitudes e garantir que a justiça seja efetivamente realizada”.
O Sindicato das Sociedades de Advogados dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro (Sinsa) comentou que as declarações são “inaceitáveis, violam os princípios éticos e morais que regem a atuação dos profissionais do direito e a convivência em sociedade”.
“A advocacia, em sua essência, deve ser exercida com base na ética, no respeito mútuo e na defesa intransigente dos direitos humanos, combatendo qualquer forma de discriminação, seja ela racial, religiosa, de gênero, ou de qualquer outra natureza”, completa a nota, divulgada neste sábado (23) e assinada pela presidente do sindicato, Gisela da Silva Freire.
Fonte: CNN Brasil
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