Desde o primeiro mandato de Lula, o universo da comunicação mudou. Após insastifação com o modelo podcast semanal "Conversa com o Presidente", que mesmo tendo a produção realizada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) não registrou bons índices de audiência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudou a sua estratégia de comunicação e passou a privilegiar entrevistas em rádios locais espalhadas pelo Brasil.
Lula agora concede entrevistas para veículos do Nordeste no horário onde era transmitido o antigo programa.
O "Conversa com o Presidente" foi um esforço governamental para tentar ampliar a presença de Lula nas redes sociais, arena onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cresceu e se consolidou. Para tentar fazer o podcast semanal "bombar", a EBC montou um quadro com oito funcionários e contratou nomes de peso como o ex-jornalista da Globo Marcos Uchôa e novos profissionais comissionados (cargos que não possuem concurso público).
O "Conversa com o Presidente" chegou a ser temporariamente descontinuado por três semanas entre setembro e outubro. O hiato ocorreu após a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) ter sugerido que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) fosse advertida por causa da divulgação das lives semanais nas redes sociais de órgãos oficiais do governo.
Apesar do investimento, as lives de Lula não fizeram sucesso. Um levantamento realizado pelo Estadão mostrou que, entre junho e dezembro, o governo produziu 22 episódios do podcast com uma média de 75 mil visualizações cada.
Após os resultados ruins, o governo não publicou novos episódios do programa de Lula neste ano de 2024. A última transmissão ocorreu em 19 de dezembro e obteve 47 mil visualizações até esta sexta-feira, 2. O Estadão procurou a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), mas não obteve retorno.
Em contrapartida do abandono do podcast, o petista começou a conceder entrevistas para rádios locais. A nova postura ocorre ao mesmo tempo que iniciou uma outra estratégia do governo que é a de ampliar as viagens pelo País, tendo em vista as eleições municipais de outubro. O PT pretende lançar candidatos a prefeito em mais de 500 municípios e em 14 das 26 capitais.
Terra Foto Agencia Brasil/EBC
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