Os casos de influenza aviária no Brasil acendem um alerta para o assunto, principalmente porque no início deste ano a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) emitiu uma nota sobre surtos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em aves nos países das Américas.
No mês de outubro, 50 mamíferos marinhos foram encontrados mortos em uma praia no município de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul.
No território nacional, o primeiro caso foi detectado em uma ave silvestre, no dia 15 de maio de 2023. Até o momento, são 138 focos de IAAP, a maioria no sul e sudeste do país, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária.
Lideram a lista as cidades de Vila Velha (ES), que contabiliza sete casos; Itanhaém (SP), Santos (SP) e São João da Barra (RJ), com seis registros cada; e São Sebastião (SP), com cinco.
No entanto, o MAPA, que acompanha a situação periodicamente, afirma que não há comprometimento na condição do Brasil como país livre de IAAP para o comércio, já que a maioria dos animais infectados são classificados como silvestres e foram confirmados apenas três focos por aves de subsistência - criadas para consumo próprio.
As aves migratórias, responsáveis por trazer a doença para o país e infectar os animais marinhos, são hospedeiras naturais que contribuem para o ciclo de vida do vírus e muitas vezes são assintomáticas.
O professor de medicina veterinária da Universidade de Brasília (UnB) Cristiano Barros de Melo reforça que os registros preocupam do ponto de vista da população animal, mas que em um primeiro momento não significa um risco para o país. “Aqui no Brasil nunca tivemos esse agente infeccioso, então o país se preparou para contornar esse problema da melhor forma”, analisa.
Ele alerta ainda que quem encontrar um mamífero marinho doente ou morto não deve ter contato com o animal de forma alguma. “Mesmo com a aparência saudável, esse mamífero pode estar contaminado e passar para humanos e bichos de estimação. O que deve ser feito imediatamente é informar os órgãos competentes da cidade para que seja realizado um estudo e diagnóstico”, complementa.
Outras medidas preventivas são necessárias para evitar que a doença se espalhe, como explica a médica veterinária Dandara Franco. “No âmbito agrícola, tem que pensar em medidas de biossegurança para limitar o contato entre as aves de produção e silvestres. No ambiente domiciliar, para quem tem pets, é recomendável mantê-los dentro de casa, evitar voos livres e fazer o check-up periódico com um profissional especializado”, recomenda.
O Ministério da Agricultura destaca ainda que o consumo de carnes e ovos não traz risco para a saúde e, até o momento, não foi registrado nenhum caso da doença em seres humanos e que infecções em pessoas são ocorrências raras.
Fonte: Brasil 61
1 comentário
05 de Nov / 2023 às 13h15
Tem que reforçar a vigilancia sanitaria, aves vivas, oriundas dessas regiões, têm que ser proibidas de entrar no nordeste. Bora agir, antes que esse mal se alastre.