Nascido nas barrancas do velho chico e contando com a proteção de nossa senhora das grotas ainda me pego lembrando dos "doidos"(as) da nossa provinciana cidade...
João doido e seus pedidos por uma calça, Jiquitaia e seus palavrões, Legal cheirando gasolina, Marilu; que dava uma rima retada ao provocá-la, Maria Popa de Pau; e seu cabelo diferenciado, Zezão e sua risada assombrosa, Costinha e suas metáforas e tantos e tantos...
o que sempre me cativou nos "doidos" foi a capacidade deles de me fazer sorrir e rindo fui atraído por esse povo diferente e capaz de melhorar meu humor...
o jeito de falar, o gesticular, as caretas, as roupas, os palavrões, os cabelos, os olhos... Os olhos dos doidos são diferenciados, tem um brilho intenso e são capazes de nos amedrontar...
uns, passam caminhando sem nos importunar, outros gritam e chamam a nossa atenção, outros são provocados pelos “guris" o que provoca palavrões e correria...
o que mais gosto quando converso com um doido são suas filosofias sobretudo...eles são capazes de saber do futuro como se já tivesse vivido esse ponto de interrogação na vida humanóide...
muitas vezes, depois uma "prosa" com um doido saio com uma quase certeza de que eles são normais e o restante do mundo são doidos de jogar pedras na lua...
como tem doido nesse mundo... doido gari, professor doido, médico louco, policial maluco, prefeito doido, amigo doido e até quem escreve sobre os loucos deve ser doido também.
Washington Mariano (Poetom)
3 comentários
09 de Oct / 2023 às 09h44
Acertou! pra falar é acusar todos de doido ,certamente o prezado é doido e meio
09 de Oct / 2023 às 15h10
Srs leitores. O conterrâneo Washington Mariano, realmente acredito que nos fez lembrar/relembrar dessas pessoas interessantes, como bem diz," fazer sorrir" "a ter medo" e por aí vai. Irei humildemente, corroborar com o Sr, acrescentando, um saudoso Sr, que era conhecido como "Amassa Barro", morava na rua da Igreja Maria Gorete, que caminhava sentido rio São Francisco, dizendo palavrões inimagináveis. Há poucos anos, tivemos também, uma Sra conhecida como"Glorinha" diziam que ela tinha sido professora, e, pelas palavras delas, percebiamos que apesar deficiência mental,falava bem, parece
09 de Oct / 2023 às 15h17
Nunca mais a vi, morava na rua das flores, parece ter falecido. E o saudoso , conhecido como "Chapuz" se não me engano, morava bairro São Geraldo, inteligente apesar da deficiência, diziam que o mesmo, teria chegado a estudar medicina ou passado vestibular. Parabéns!!! Sr W. Mariano, por nos oportunizar revivermos nossa história. Um povo sem história, está fadado ao fracasso.