O ministro Luís Roberto Barroso, Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na quinta-feira (4) enviar para a Justiça Federal da Bahia inquérito que investiga o ministro da Casa Civil, Rui Costa, por supostas irregularidades durante a pandemia da Covid.
A investigação apura a conduta de Costa na compra, em 2020, de respiradores pelo consórcio Nordeste por R$ 50 milhões e que não foram entregues. Na época, o ministro era governador da Bahia e presidente do consórcio.
O consórcio Nordeste teria contrato uma empresa supostamente sem qualificação técnica para fornecer 300 ventiladores hospitalares que auxiliariam no combate à pandemia da Covid-19.
A investigação foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República e tramitava no Superior Tribunal de Justiça, que é responsável por analisar casos envolvendo governadores.
Com o fim de mandato de Rui Costa, o ministro Og Fernandes, do STJ, decidiu remeter o caso ao STF para análise se há elementos que justifiquem o foro dos investigados. O Supremo é responsável pela investigação de ministros de Estado.
Ao longo da investigação, Og Fernandes autorizou quebra de sigilo bancário e telefônico/telemático, além de diligências de busca e apreensão. A Polícia Federal ainda analisa esse material e pediu mais prazo para concluir o caso.
A TV Globo teve acesso à manifestação da Procuradoria-geral da República defendendo o envio do caso para a primeira instância.
A vice-procuradora-geral da República, Lindora Araújo, afirmou que “a contratação sindicada contou com a assinatura do investigado Rui Costa, fato que por si só não é capaz de tonificar sua responsabilização criminal, merecendo, portanto, criterioso prosseguimento da apuração da responsabilidade dos demais investigados”.
A PGR cita ainda que “deve ser salientado que existem mais dois contratos para aquisição de respiradores sob apuração pelas instâncias de controle, com irregularidades de igual magnitude, a esboçar possível existência de organização criminosa, gestada em plena Pandemia, trocando vidas por dinheiro público criminoso”.
Na decisão, Barroso entende que o fato de Rui Costa ter assumido o cargo de ministro não gera necessidade de o STF para supervisionar a investigação.
Em nota, a assessoria do ministro informou que foi o próprio Rui Costa quem pediu as investigações sobre as contratações. Afirma ainda que, segundo o Ministério Público, não há nenhum fato que demonstre irregularidades na conduta do ministro.
"Reforçamos que neste processo, ao registrar a denúncia, Rui Costa suscitou a investigação em curso. O próprio Ministério Público Federal afirma em parecer que não existe nenhum fato que vincule o ministro a qualquer irregularidade na compra dos respiradores. O ministro acredita que a Justiça punirá os culpados e que os recursos empenhados para a compra dos respiradores serão devolvidos aos cofres públicos do estado da Bahia", afirmou a nota.
g1 Bahia Foto Agencia do Brasil
3 comentários
05 de May / 2023 às 09h50
Imagina se fosse o Bolsonaro nesse caso
05 de May / 2023 às 11h09
Srs leitores. Não tenho dúvidas, de que Bolsonaro, está envolvido com isso e, mais dias menos dias, farão buscas em sua residência, e, ouvi lo pela compra das vacinas, que deu prejuízo ao erário público.
05 de May / 2023 às 19h43
Sempre Juazeiro o caso aconteceu na Bahia, o investigado é Ruim Costa, deixa de ser alienado