Durante a Operação Odoacro, que investiga supostas fraudes em contratos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) com a empreiteira Construservice, a Polícia Federal apreendeu relógios de luxo e R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo.
Na ação, um empresário, apontado como sócio oculto da empreiteira, foi preso temporariamente. Agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão na superintendência da Codevasf no Maranhão.
O preso na operação da PF é Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo Imperador ou Eduardo DP.
As cédulas — de R$ 200, R$ 100, R$ 50 e também valores menores — estavam em vários cômodos de um dos endereços alvos da operação de São Luís, capital maranhense.
As diligências policiais apontam para a existência de um esquema de lavagem de dinheiro, feito a partir do desvio de verbas públicas oriundas de licitações fraudadas. O grupo criava empresas de fachada para concorrer a licitações e fazer da empreiteira investigada a vencedora de contratos milionários com a Codevasf.
O esquema operava pelo menos desde 2015. À época, a Polícia Civil identificou uma associação criminosa que desviava recursos públicos no município de Dom Pedro/MA. Segundo a PF, mesmo após a operação, o esquema cresceu e alterou a origem da verba, agora proveniente de recursos federais.
“O líder desse grupo criminoso, além de colocar as suas empresas e bens em nome de terceiros, possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, utilizando-se desse instrumento para perpetrar fraudes e dificultar a atuação dos órgãos de controle”, diz a nota da PF.
No total, foram cumpridos 16 mandados de busca em endereços incluindo a superitendência da Codevasf no Maranhão. Além disso, os policiais cumprisão o mandado de prisão temporária. Os crimes investigados são fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A operação foi batizada de Odoacro, em referência ao sobrenome de um soldado italiano que liderou uma revolta para dar fim ao Império Romano — Eduardo José Barros Costa é conhecido pela alcunha de “Imperador”.
Outro lado
Em nota, a Codevasf afirmou que os dois convênios que motivaram as ações de busca e apreensão não são de responsabilidade da Codevasf.
“Em qualquer caso, no contexto da execução de convênios, compete às prefeituras municipais realizar os procedimentos licitatórios e as contratações necessárias ao emprego adequado de recursos orçamentários.
A Codevasf diz ainda que colabora com o trabalho das autoridades policiais e “proverá suporte integral às investigações”. A companhia ressalta ainda que mantém compromisso “com a elucidação dos fatos e com a integridade de seus projetos de desenvolvimento regional”. “Por rigor no controle de procedimentos, a empresa submeterá à avaliação de sua auditoria interna todos os contratos firmados com a empresa Construservice”, pontua a nota.
Metrópoles / foto: PF
1 comentário
21 de Jul / 2022 às 08h09
Esse é o resultado de descarregar emendas parlamentares e desviar o foco para que destina as ações da Codevasf. Ao invés de ficar asfaltando ruas , ir cuidar da irrigação. Será o cabide dos cupins.