A Prefeitura de Petrolina voltou a se manifestar sobre a crise financeira da Faculdade de Petrolina (Facape), que vem sendo alvo de protestos, organizados por professores, em virtude da situação financeira desregular que a instituição enfrenta desde o ano passado.
A categoria vem também solicitando a gestão municipal para que interceda e ajude a resolver o problema, que vem afetando a vida de dezenas de profissionais.
"Pedimos ajuda da prefeitura de Petrolina que tem o dever de prestar esse auxílio financeiro à autarquia municipal. Não temos viés político ou partidário; nosso lado são os professores e a regularização financeira", dizem os professores,que acrescentam ainda que as autarquias, a exemplo da Facape, "assim como as fundações públicas, dependem financeiramente do órgão estatal que a criou como a União, o Estado ou Município".
Professores, estudantes e funcionários da Facape realizaram mais uma manifestação nesta sexta-feira (18), em frente a Prefeitura Municipal. Conforme mostrou mais cedo a RedeGN, a situação de atraso de salários "obriga" que uma professora realize "uma rifa solidária para ajudar, pois está há 3 meses sem receber salários".
Resposta
Em nota, a Prefeitura de Petrolina disse que a AEVSF/FACAPE, conforme o artigo 4° do seu estatuto, "possui autonomia administrativa e financeira, razão pela qual, sua diretoria tem total liberdade para deliberar o planejamento e a execução financeira anual", e acrescentou que "seu presidente é escolhido através de processo eleitoral entre os docentes e alunos da instituição, não cabendo ao chefe do Poder Executivo nenhuma indicação para o provimento do referido cargo".
"Ratificamos o compromisso de auxiliar na implantação do curso de Medicina, como amplamente divulgado, com a sinalização de um repasse no valor de R$ 2.350.000,00. Por fim, salientamos que na última quarta-feira (16), a Facape enviou ao município a proposta para a execução do referido convênio e o município aguarda a documentação complementar, não recebida até o momento, para a elaboração do instrumento", concluiu a Prefeitura de Petrolina.
Facape
Por outro lado, a Facape ainda não se manifestou sobre os novos movimentos realizados nos últimos dias. A primeira e última vez que se posicionou publicamente foi após uma manifestação realizada no último dia 9 de março, ao dizer que "assim como tantas outras instituições de ensino em Pernambuco e no Brasil, vive as dificuldades de uma crise econômica que chegou com a pandemia do coronavírus" e que "a única fonte de renda da faculdade provém das mensalidades dos alunos".
A nota continua afirmando que “desde o início da pandemia, a Facape perdeu aproximadamente mil alunos a menos com grande impacto nas receitas. Mesmo com perdas a instituição segue pagando impostos, fornecedores e tentando de todas as formas, assistir financeiramente seus servidores e servidoras, entendendo que são o coração da Facape”.
Da Redação RedeGN
2 comentários
18 de Mar / 2022 às 18h37
Liberdade, não. Não é uma empresa privada; é uma autarquia, com autonomia na execução orçamentária. Isso implica dizer que se não arrecada o suficiente, o Poder Executivo deve repassar recursos. Servidores da Facape são servidores públicos. A Facape é uma unidade orçamentária da Lei orçamentária municipal. Fácil constatar. Fosse assim, Uneb, Upe, Univasf, não existiram. Que nota absurda do Poder Executivo.
19 de Mar / 2022 às 05h38
O prefeito Miguel lavou as mãos, ou seja, os funcionários da Facape que se lasquem. O prefeito Miguel não ouviu falar em supervisão ministerial? Fato é: todas as entidades da Administração Indireta encontram-se sujeitas ou à supervisão Ministerial, que no âmbito do município está em regra vinculado ao chefe do poder executivo do município, tendo o mesmo o poder vigilância, orientação e correção que a entidade estatal exerce sobre os atos e a conduta dos dirigentes de suas autarquias. Pensar diferente seria um absurdo. O que fica evidente é uma omissão do Poder Executivo municipal