Céus da caatinga na expectativa para a volta das ararinhas azuis

É na zona rural de Curaçá, Bahia que estão as mais de 50 ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) vindas da ACTP, da Alemanha para o Brasil, em março de 2020. Elas estão no Centro de Reprodução e Reintrodução mantido pela ACTP e estão sendo preparadas para a soltura na caatinga sertaneja.  As aves, endêmicas da região de Curaçá do semiárido, estão se ambientando ao clima seco e quente.

A expectativa é que este ano de 2022, as ararinhas azuais vão ser soltas. Ainda não existe data. Mas o ambiente já está instalado para que algumas ararinhas-azuis sejam soltas na natureza.

A REDEGN, através do Programa Esperança Azul, obteve a informação da veterinária, coordenadora do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-azul e analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Camile Lugarini, que explicou sobre a estratégia de preparar as aves para serem soltas. "Este ano as ararinhas vão ganhar os céus da caatinga. As ararinhas estão sendo treinadas para explorar e experimentar uma grande variedade de alimentos disponíveis e, assim, evitar instintivamente os predadores". 

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Camile destacou que os "quando soltas os três primeiros meses serão os mais difíceis em vida livre para as ararinhas, devido a adaptação e todos precisam ajudar, contrbiur a favor da ararinha azul que vai ganhar os ceus sertanejos, voando livre nos sertões".

A ararinha-azul é considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do mundo. Endêmica de uma pequena região no semiárido, o último indivíduo selvagem desapareceu da Caatinga baiana em outubro de 2000, o que levou a espécie a ser classificada como Criticamente em Perigo (CR), possivelmente Extinta na Natureza (EW). 

Desde 2000, os poucos exemplares que restaram em coleções particulares vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro. A espécie foi descoberta no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix.

A reintrodução das ararinhas-azuis no seu bioma de origem é um processo previsto pelo Plano de Ação Nacional (PAN) da Ararinha-Azul em conjunto com organizações internacionais que detinham grande parte das aves em cativeiro. No primeiro ciclo do PAN, dentre outros resultados, o principal foi a multiplicação de animais em cativeiro para aumentar a variabilidade genéticas das aves. Agora, no segundo ciclo, o objetivo esperado é realizar a soltura de algumas ararinhas-azuis com as maracanãs.

As ações de conservação, previstas no PAN, culminaram na criação de duas Unidades de Conservação (UCs) em 2018: Refúgio de Vida Silvestre e a Área de Proteção Ambiental – APA da Ararinha Azul. O objetivo de criação das unidades de conservação é uma estratégia de proteção das amostras do bioma Caatinga, especialmente os fragmentos florestais de mata ciliar e de savana estépica relevantes para o ciclo de vida da ararinha-azul.

Redação redeGN Foto ICMIBIO