Diante do surto da cepa darwin — cidade australiana onde foi identificada —, do vírus Influenza A H3N2, em outros estados do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Amazonas e Rondônia, todos devem se mantér em alerta sobre a epidemia de gripe.
Apesar do cenário de aparente tranquilidade, especialistas destacam que a vacinação contra o vírus e o uso de máscara de proteção são necessários para evitar a superlotação da rede pública.
Para o pneumologista Ricardo de Melo, professor da área clínica da faculdade de medicina da Universidade de Brasília (UnB), o problema é que a campanha de vacinação contra a Influenza não atingiu a meta desejada. "Se as pessoas se vacinassem e continuassem com os cuidados preventivos, como o uso de máscara, a higienização das mãos e evitar locais com aglomeração, não teríamos esses surtos de H3N2 que estão ocorrendo em alguns estados", avalia.
Ricardo assegura que existe a chance de uma epidemia de H3N2 no DF, o que pode causar superlotação de hospitais. "Em um tempo de pandemia da covid-19, ter um vírus da gripe em circulação é um fator que nos preocupa, e isso gera um aumento na internação nos hospitais", acentua. O especialista diz que é preciso ir ao médico em caso de dor de cabeça mais forte, fraqueza, falta de apetite, coriza ou febre. "Como os sintomas são parecidos com a covid-19, é importante ir em uma unidade de saúde para buscar o diagnóstico correto", aconselha o pneumologista.
Diretor-técnico do Grupo Sabin, laboratório de medicina diagnóstica, o hematologista Rafael Jácomo esclarece que o subtipo H3N2 compõe o mix da vacina antigripe, mas, assim como as demais variantes que aparecem sazonalmente, apresenta mutações progressivas que devem ser atualizadas anualmente. "Este é o motivo da vacina contra influenza ter indicação anual, porque a variante que vem causando os surtos observados em várias regiões do Brasil, especificamente, não constava nas vacinas da última estação (ano)", detalha.
Correio Braziliense Foto ilustrativa
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