Recentemente ocorreu em São Paulo o mutirão pelo emprego, organizado pelo Sindicato dos Comerciários. O resultado dessa ação foi uma impressionante fila de 15 mil pessoas, que esperavam pacientemente, algumas desde a madrugada, por uma chance de recolocação profissional frente a pelo menos 6 mil ofertas de vagas. Diante dessa cena melancólica e do abatimento dos desempregados, um dos grandes problemas constatados, por especialistas, foi que muitos que lá estavam poderiam já estar plenamente inseridos na força de trabalho se tivessem feito sua capacitação em cursos profissionalizantes. É notória que essa alternativa de treinamento gera muito mais possibilidades de empregos, e proporciona uma formação específica, formal, sistematizada, permanente e sólida, além de uma série de outros benefícios.
Independentemente de alinhamento político-ideológico ou não, o presidente Bolsonaro já havia tocado nesse tema, enaltecendo a importância da educação profissional para os brasileiros. O próprio mandatário havia falado da obsessão dos brasileiros pelo diploma de curso superior e que seria melhor se muitos deles buscassem o ensino profissionalizante para atuar, por exemplo, em consertos de eletrodomésticos ou mecânica de automóvel. Isso, por sinal, é o que ocorre em países desenvolvidos.
Ele admitiu que no período em que ainda era tenente fez curso de manutenção de máquina de lavar roupa e de geladeira. O líder do Executivo disse ainda que se quisesse viver desses trabalhos ganharia no mínimo uns R$ 12 mil por mês. É fato, que se formos procurar exemplos de trabalhadores bem-sucedidos, como por exemplo, cabelereiros, cozinheiros, mecânicos de autos, funileiros, pedreiros, marceneiros e outros, encontraremos em abundância casos de sucesso financeiro e pessoal.
O que o governante falou de fato não é novidade para muitos brasileiros, que no momento têm seu sustento e bem remunerado por meio de seus respeitados ofícios. É fácil perceber que há muita falta de mão-de-obra capacitada em vários setores e isso ocorre em todos os segmentos da economia. Em boa parte, no Brasil, operários de ‘chão-de-fábrica’ não têm formação profissional para às vezes operar máquinas que custam milhões de reais como é o caso da indústria do plástico.
Por sua vez, empresários e executivos ficam receosos de contratar empregados sem a mínima competência para comandar máquinas, que lhes exigiram grandes investimentos. Há também a questão da segurança, pois alguém mal instruído pode até gerar incêndios ou outras tragédias semelhantes. Vale citar aquela história em que ninguém gostaria que qualquer um comandasse o avião se fosse passageiro. Se é assim, o empresariado mais exigente também não vai deixar qualquer um dos seus empregados ter nas mãos um patrimônio tão valioso e custoso, inclusive na manutenção.
O sistema ‘S’ tem fornecido boa quantidade de artífices para o mercado profissional, assim como algumas ótimas escolas particulares isoladas. Mas parece que por influência de uma cultura tradicional de valorização da universidade, a juventude prefere buscar o tão almejado curso superior, tornando-se muitas vezes uma fixação social de toda a família, especialmente aquelas mais humildes. Inúmeros brasileiros enxergam a faculdade e o jovem, com seu canudo nas mãos, como a solução de todos os seus problemas, isto é, a remuneração digna, o respeito da sociedade, e até um pretenso atestado de inteligência, o que na prática naturalmente não é verdade.
A realidade é que o diploma superior em mãos não significa sempre grandes ganhos financeiros ou mesmo muitas oportunidades de trabalho. Sabe-se hoje que há carreiras do terceiro grau que são extremamente fechadas e até inacessíveis aos formados, e as escolas superiores acabam se tornando verdadeiras fábricas de desempregados diplomados.
Já os cursos profissionalizantes respondem à vontade direta das indústrias, comércios e serviços, sem meias palavras, burocracias acadêmicas ou pieguices. Nós representantes da educação profissional no Brasil temos orgulho de atuar com um compromisso único, o de produzir trabalhadores, operadores ou operários, cada vez mais capacitados para realizar seu trabalho com grande qualidade em benefício de toda a sociedade.
*Alexandre Farhan é diretor-técnico da Escola LF de cursos profissionalizantes em plásticos
POR Alexandre Farhan
1 comentário
20 de Apr / 2019 às 06h59
SOU DE OPINIÃO,QUE SE PERDE MUITO TEMPO ENSINANDO COISAS INUÚTEIS QUE NA VIDA PRATICA JAMAIS SERÃO USADAS, SALVO POR AQUELES QUE SEGUEM CERTAS CARREIRAS.EU,POR EXEMPLO JAMAIS USEI A RAIZ CUBICA PRA COISA ALGUMA,DEVERÍAMOS SER PRAGMÁTICOS,ENXUGAR AS GRADES DE ENSINO DE TAL MODOS QUE SE ENSINASSE O ESSENCIAL E COM ISTO SE PUDESSE ,JUNTO COM O ENSINO MÉDIO SE ENSINAR UMA PROFISSÃO AO ALUNO. JA SE FEZ ISTO ANTES COM AS ESCOLAS SENAI E INDUSTRIAL.É PRECISO VOLTAR A EDUCAÇÃO SOCIAL,MORAL E CÍVICA,TEMOS DE EDUCAR AS NOSSAS CRIANÇAS A VIVEREM EM SOCIEDADE E SE RESPEITAREM MUTUAMENTE.