A comunicação como direito, estratégia política de transformação social e instrumento de luta para desconstruir o discurso do combate à seca tem despertado novos atores a pautarem uma Comunicação para a Convivência com o Semiárido. A partir dessa premissa e com o objetivo de ampliar a compreensão sobre o papel da comunicação libertadora e emancipatória, o Eixo de Comunicação do Irpaa ministrou minicurso e oficina temáticas no primeiro dia do XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, o Intercom.
O minicurso “Comunicação para a Convivência com o Semiárido” e a oficina de fotografia “Novos olhares para o Semiárido” foram realizadas semana passada, no Centro de Formação Dom José Rodrigues, reunindo um público de aproximadamente 50 participantes dos Estados de Bahia, Maranhão, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Alagoas e Ceará, entre estudantes de graduação, mestrado, professoras profissionais da comunicação.
Leitura crítica da mídia, análise de discurso, visão estereotipada dos meios de comunicação em relação à região Semiárida, comunicação comunitária e alternativa foram alguns dos temas discutidos durante a formação. “A nossa região por muito tempo foi invisibilizada e criada também um estereótipo, e colocar esse tema para ser discutido em um Congresso de Comunicação, em nível de Nordeste, é mais que importante se a gente considerar o fato que são profissionais de uma área que dialoga com a sociedade na perspectiva de divulgar informações”, afirma Karine Pereira, Coordenadora do Eixo de Comunicação do Irpaa e fac do minicurso.
O Semiárido repleto de potencialidades, rico e vivo, que geralmente não aparece nos grandes veículos de comunicação, foi apresentado aos congressistas ao mesmo tempo que foi sendo desconstruindo o discurso, presente na mídia tradicional, do Semiárido marcado pela dificuldade de acesso a água, da pobreza.
A estudante de comunicação Social, Débora Ingrid Santos, da Universidade Federal do Maranhão, destaca que o trabalho do Irpaa ressignifica o termo Semiárido “ Como as palavras são cheias de sentido, foi ressignificado pra mim o Semiárido, de uma coisa que era infértil, improdutiva, hoje eu vejo que é uma coisa que tem vida, não é um problema, é apenas uma das regiões que nosso país tem”, afirma Santos.
Para Maria Tatiana Lima Costa, mestranda da Universidade Federal da Paraíba, a proposta da temática do minicurso possibilitou “entender e sentir o Semiárido como um lugar de fato de morada de riqueza, entendendo que não é o combate à seca e sim a Convivência com o Semiárido”, pontua a estudante. Costa apresentará o artigo científico intitulado “Imagem e representação simbólica do Semiárido Pernambucano no boletim ‘O Candeeiro’, onde analisa edições do boletim "O Candeeiro", produção da Articulação Semiárido Brasileiro (Asa). Tatiana destaca que “quem tem acesso ao boletim consegue enxergar um Semiárido como lugar de riqueza, de progresso, de pertencimento”.
No momento de avaliação do minicurso e da oficina, as/os congressistas pontuaram como positivo o processo formativo ter acontecido no Centro de Formação Dom José Rodrigues, espaço do Irpaa. “A importância de está em local onde a gente tem a demonstração dessas tecnologias, dessas experiências [Convivência com o Semiárido], poder vivênciar isso a partir do exercício do olhar com mais cuidado, por exemplo pra Caatinga, compreendendo a importância da Caatinga”, declarou Karine sobre as avaliações pontuadas pelos/as participantes.
Ascom Irpaa
1 comentário
09 de Jul / 2018 às 22h18
Manoel Abílio palestrante na fenagri: " convivência com o semi árido". Kkkkkkkkk . Estudou a vida toda até se aposentar na genética . Esses do irpaa sempre na comunicacao kkkkkkkk